Professores criam vaquinha para colocar telas em escola infestada de pombos
Iniciativa de professores é na Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles no Jardim Anahy para prevenir contaminações
Ainda que as telas estejam instaladas em boa parte da quadra de esportes na Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles, no Jardim Anahy, em Campo Grande, os pombos dão um jeito e fazem ninhos no teto. O cenário, que apresenta risco de contaminação, motivou professores a pensarem formas de arrecadar, por conta própria, o dinheiro necessário para colocar telas na cobertura.
A ideia foi criar uma vaquinha virtual, divulgada no site “vakinha.com.br”. A tentativa de juntar os recursos pede R$ 2,5 mil. Quem quiser doar pode clicar aqui.
Procurada, a direção da escola não quis se manifestar. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) também foi consultada, por meio da assessoria de imprensa, mas ainda não respondeu.
Contaminação – Em janeiro, reportagem do Campo Grande News mostrou que três escolas estão com risco de causar a doença criptococose, que ataca, especialmente, pessoas com sistema imunológico comprometido. A doença é causada por fungos do gênero Cryptococcus, que surgem nas fezes dos pombos.
Quem realizou a descoberta é biólogo e professor Dario Corrêa Junior, com orientação da professora Marilene Rodrigues Chang. A pesquisa é fruto do projeto de mestrado “Investigação de Cryptococcus no ambiente escolar em Campo Grande/MS”, no programa de Doenças Infecciosas e Parasitárias da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
Em razão do termo de sigilo, Dario não pode revelar o nome das escolas, mas afirma que as unidades estão no centro e na região do segredo. Para identificar o problema, ele analisou o ambiente de 85 escolas. O número excessivo de pombos, explica, ocorre em ao menos 60 colégios municipais.
Ainda em janeiro, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) sancionou a Lei 345/2019, que altera o Código Sanitário de Campo Grande, criado em 2009. A partir de agora, está proibido manter abrigo ou alimentar pombos. Além disso, prédios públicos ou particulares deverão controlar a proliferação e desocupar áreas que servem de moradia para as aves.
Ainda assim, a lei não impede que o problema se alastre em hospitais, a exemplo do HR (Hospital Regional). Até a conclusão da matéria, a vaquinha lançada nesta sexta-feira (30) já havia arrecadado R$ 250.