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Capital

Réus pelo assassinato de ex-vereador pegam até 22 anos de prisão

Ao assumir ter golpeado Alceu, acusado pegou a pena mínima pelo crime de latrocínio

Aline dos Santos | 11/07/2017 10:12
Ex-vereador Alceu Bueno foi morto em setembro de 2016. (Foto: Marcos Ermínio)
Ex-vereador Alceu Bueno foi morto em setembro de 2016. (Foto: Marcos Ermínio)

Os réus pela morte do ex-vereador Alceu Bueno foram condenado até 22 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de latrocínio (matar para roubar) e ocultação de cadáver. O primeiro crime prevê pena de 20 a 30 anos de prisão.

Ao assumir ter golpeado Alceu com uma tábua de carne, Elpídio Cesar Macena do Amaral teve a condenação reduzida e pegou a pena mínima: 20 anos pelo latrocínio. Junto com um ano pela ocultação de cadáver, a pena somou 21 anos de reclusão.

Katia de Almeida Rocha foi condenada a 22 anos e dois meses, sendo um ano e dois meses pela ocultação de cadáver. Josian Cuando Macena teve condenação a 22 anos de prisão. Do total, 21 anos é pelo latrocínio. A condenação é do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 6ª Vara Criminal de Campo Grande e o processo tramita em sigilo.

A defesa de Josian, feita pelos advogados Valda Maria Garcia Alves Nóbrega e Márcio Antônio Souza, entrou com apelação para que ele seja absolvido do crime de latrocínio. “A filha do Alceu falou na audiência que ele não carregava dinheiro. O Josian não pegou caminhonete, nem dinheiro, nada. Isso  descaracteriza o latrocínio”, afirma Valda. A apelação é feita ao juiz, que encaminha ao TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).

Para a advogada, há falhas entre a sentença e o que foi investigado. Josian relatou que estava em um churrasco na casa de Kátia, namorada de Elpídio, que, por sua vez, era tio de Josian. Ele disse que saiu do local para comprar cerveja e quando retornou havia uma briga.

Na confusão, Alceu foi golpeado com uma tábua de carne por Elpídio e desmaiou. Como o ex-vereador teria parado de respirar, o trio partiu para a ocultação do corpo, contudo, não foi possível estabelecer se a causa da morte foi a agressão ou incineração.

A gasolina usada para atear fogo foi retirada da motocicleta de Josian, que informa ter voltado para a casa em seguida, enquanto os namorados Elpídio e Kátia foram para a Ponta Porã, onde pretendiam vender a Land Rover de Alceu.

Crime - Alceu Bueno, que renunciou ao mandato após denúncia de exploração sexual, foi morto na noite do dia 20 de setembro de 2016. O corpo foi encontrado carbonizado na manhã do dia seguinte, no Parque dos Poderes.

Segundo a investigação, conduzida pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros), Kátia, Elpídio e Josian planejaram e assassinaram o ex-parlamentar.

A vítima teria sido atraída por Kátia, com quem Alceu mantinha um relacionamento, para a casa onde ela morava no bairro Jardim Seminário. O motivo da briga teria sido o assédio de Alceu, mas a trama ainda envolveria roubar seu dinheiro.

“Não acredito que foi premeditado, porque eles não têm índole de bandido, não têm antecedentes, pessoas normais, trabalhadoras”, afirma a advogada. Kátia e Elpídio são atendidos pela Defensoria Pública. 

Kátia,Elpídio e Josian foram condenados por latrocínio e ocultação de cadáver. (Foto: Alcides Neto)
Kátia,Elpídio e Josian foram condenados por latrocínio e ocultação de cadáver. (Foto: Alcides Neto)
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