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Capital

Santa Casa deve levar ainda um ano para romper contrato com Neorad

Francisco Júnior e Aline dos Santos | 05/07/2013 11:40
Contrato com a NeoRad vai ser mantido por um ano, afirma presidente da ABCG, Wilson Teslenco. (Foto: Cleber Gellio)
Contrato com a NeoRad vai ser mantido por um ano, afirma presidente da ABCG, Wilson Teslenco. (Foto: Cleber Gellio)

A Santa Casa vai levar pelo menos um ano para encerrar o contrato com a empresa Neorad, que presta serviço de radioterapia para o hospital. A informação foi confirmada pelo presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Wilson Teslenco, durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5). Por mês, são pagos R$ 120 mil para atender até 90 pacientes.

É esse o período que o hospital estima colocar em funcionamento o setor de radioterapia. O Ministério da Saúde deve ceder para a Santa Casa o acelerador linear, aparelho utilizado para esse tipo de tratamento.

Segundo Teslenco, enquanto isso o hospital vai continuar utilizando os serviços da NeoRad, já que o atendimento dos pacientes não pode ser paralisados. Nos dias 10 e 11 deste mês técnicos do INCA (Instituto Nacional do Câncer) vem a Campo Grande vistoriar o hospital para viabilidade da liberação do equipamento.

Em maio do ano passado, o hospital se recusou a receber um acelerador linear e participar do plano de expansão do Ministério da Saúde.

A NeoRad, que  pertence ao médico Adalberto Abrão Siufi, foi um dos alvos da operação Sangue Frio, realizada em março pela Polícia Federal, que descobriu um esquema de corrupção no tratamento de pacientes com câncer no HC (Hospital do Câncer) e HU (Hospital Universitário).

Conforme o presidente da associação, a Santa Casa foi habilitada para oferecer o tratamento de radioterapia em 2011. Em agosto daquele ano, o hospital firmou um contrato com a NeoRad no valor de R$ 270 mil por mês para que a empresa prestasse o serviço de radioterapia. Deste total, conforme Teslenco, 8% era repassado para a Santa Casa.

De acordo com o presidente, passados seis meses, o contrato foi refeito e o valor pago pelo serviço diminuiu para R$ 120 mil, com isso a porcentagem repassada para o hospital também caiu, ficando em 4%. Ele não soube explicar porque o valor pago foi reduzido para menos da metade na renovação do contrato. “Não tinha justifica, é um mistério”, afirma.

Conforme Teslenco, nos contratos firmados com outras empresas que também prestam serviço para a Santa Casa, o índice retido para o hospital é de 15% a 20%, maior do que o repassado pela NeoRad. “Contrato que não deixa praticamente nada para a Santa Casa”.

Mesmo afastada da direção do hospital, Teslenco relata que a ABCG sempre questionou um posicionamento da Santa Casa em terceirizar o tratamento de radioterapia.

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