Sem comprovar eficiência, máquina que suga mosquitos continua em testes
Ainda sem eficiência comprovada, a máquina Mosquito Magnet, que promete sugar a fêmea do Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya –, continua a ser avaliada pela SES (Secretaria de Estado de Saúde) e pode ter os testes prorrogados pela segunda vez. A previsão é de que o aparelho, testado em três lugadores diferentes, seja instalado em um quarto local a partir do dia 13 de abril.
A captura dos mosquitos ainda não atendeu a expectativa. “Até que capturou bem, foi razoável, mas pra gente não seria tão bom. Foram 40 a 50 mosquitos por duas semanas, precisamos analisar e ter mais uma localidade para garantir a eficácia”, afirmou o gerente técnico da Secretária, Paulo Silva de Almeida.
Também existem problemas relativos a manutenção, de responsabilidade da empresa que ofereceu o Mosquito Magnet para os testes. “Precisamos do produto que atraí o mosquito, que é uma pastilha e tem validade por um mês. Sem ele não tem como dar continuidade. É a empresa que fornece, assim como o gás (de cozinha)”, disse.
O equipamento foi instalado no dia 23 de fevereiro no pátio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), em Campo Grande, e a primeira prorrogação por mais 22 dias só termina na próxima semana. A partir daí a máquina poderá passar por novo testes durante mais duas semanas. “Vamos pedir para a empresa que cedeu o equipamento, que fique por 15 dias em outro local, para termos uma avaliação mais completa em outro ponto da cidade”.
Desde que começou a ser testada a máquina já passou por três locais em diferentes regiões da Capital. Além do CCZ, na Vila Ipiranga, o aparelho já esteve também no pátio da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), na Vila Sobrinho e há sete dias está em um prédio do Governo do Estado, na saída para Cuiabá. “Por questões de segurança, mantivemos o equipamento na Funasa após sair do CCZ. E agora está no almoxarifado central, que é do Estado”, afirmou Almeida.
A previsão é de que o equipamento continue em testes e os dois possíveis lugares para instalação seriam o prédio da SES – que já havia sido cotado para receber o equipamento no dia 8 de março – e ainda um lugar na área central da cidade. “Ainda não definimos, vamos estudar onde seria melhor”, explicou o gerente da Secretaria.
A continuidade dos testes é por conta da baixa captura dos mosquitos. “Vamos avaliar se o local interfere ou não no resultado. Através dessa pesquisa vamos apontar vários fatores para termos certeza concreta e absoluta se a máquina é eficaz ou não. Não pegou o esperado, por isso vamos continuar avaliando”, explicou o coordenador Estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário.
Histórico - O aparelho já passou por balanços no dia 24 de fevereiro - um dia após começar a funcionar - e também no dia 3 de março. Na primeira avaliação o aparelho não tinha funcionado satisfatória, e “engoliu” alguns poucos mosquitos.
O funcionamento do aparelho, pelo menos até o dia 20 de abril, é para confirmar a eficácia prometida pelo Instituto Seiva Brasil – com sede na Capital –, que atua na área de inovações tecnológicas, responsável pela apresentação do Mosquito Magnet e também por outra armadilha, “Flying Insect Trap”.
Funcionamento – O Mosquito Magnet, que “engole” o Aedes, custa aproximadamente R$ 10 mil e o “Flying Insect Trap” R$ 600. Os dois equipamentos funcionam de formas parecidas atraindo a fêmea do mosquito. Mas enquanto o primeiro usa ácido lático – composto orgânico produzido pelo corpo humano – para atrair o vetor, o outro utiliza uma lâmpada e também ondas sonoras (perceptíveis apenas para o mosquito).
Apenas a fêmea hematófaga – que se alimenta de sangue –, é atraída pelo composto utilizado na máquina, que imita o suor humano. Os dois aparelhos são fabricados nos Estados Unidos, precisam ser instalados de forma fixa (o “Flying” ao abrigo da chuva) e ter manutenção semanal para continuar operando com eficácia.
O Magnet, que suga o inseto, tem abrangência de 4 quilômetros e promete “atrair e matar mosquitos”. Para funcionar o aparelho precisa de um botijão de gás de cozinha e quatro pilhas grandes. Caso aprovado ele poderá ser instalado em lugares de grande circulação de pessoas como escolas, creches, postos de saúde e até mesmo estádios.
Já o “Flying” tem eficácia de apenas 100 metros, e é mais indicado para ser usado em residências. A empresa Mosquitron, responsável pela importação dos equipamentos, deverá disponibilizar mais um lote com 2,7 mil unidades da armadilha doméstica nos próximos dias.