Servidores do Incra cruzam os braços em protesto contra defasagem salarial
Em Mato Grosso do Sul, o instituto tem 200 servidores
Os servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) cruzam o braços nesta quarta-feira em paralisação de 24 horas. A mobilização é para pressionar o governo federal.
Os funcionários protestam contra a defasagem salarial em relação aos outros órgãos federais. Eles alegam que a diferença de salário, se comparado aos valores pagos no Ministério da Agricultura, chega a 150%.
Em Mato Grosso do Sul, o instituto tem 200 servidores. Um grupo fará mobilização em frente à sede do Incra em Campo Grande.
Os funcionários públicos também cobram a realização de concurso. De acordo com a categoria, no início do ano 2000, eram nove mil servidores em todo país.
Hoje, são cinco mil. E a metade deve se aposentar nos próximos dois anos. Os servidores ainda apontam a falta de interesse em trabalhar no Incra, com o baixo preenchimento das vagas do último concurso público. A mobilização também é realizada no MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário).
Em âmbito nacional, os servidores reclamam do contingenciamento de recursos, restando dinheiro somente para custeio, sem novos investimentos em reforma agrária.
Mato Grosso do Sul, que tem 178 assentamentos e 30 mil famílias assentadas, convive com a paralisia da reforma agrária. Em janeiro de 2011, a Justiça deferiu pedido do MPF (Ministério Público Federal) em Dourados e determinou, através de liminar, a suspensão de todos os processos de aquisição e desapropriação de imóveis para reforma agrária no Estado até a realização de levantamento.
A decisão foi resultado Operação Tellus, que revelou esquema de fraudes. A justificativa é que a retomada dos lotes irregulares sai mais barato do que novas aquisições. Contudo, a medida não impede o investimento de recursos para manter os assentamentos já existentes.