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Capital

Sob despejo, famílias do "Samambaia" e "Homex" voltam à prefeitura

As duas ocupações ficam nos Bairros Los Angeles e Centro-Oeste, respectivamente

Danielle Valentim e Mirian Machado | 12/12/2018 11:26
Cerca de 600 pessoas ocupam a entrada do paço municipal. (Foto: Marina Pacheco)
Cerca de 600 pessoas ocupam a entrada do paço municipal. (Foto: Marina Pacheco)

Em situções iguais e dependendo da mesma decisão judicial, famílias que ocupam área onde funcionou o antigo Samambaia Country Club, no Bairro Los Angeles, e terreno da massa falida mexicana Homex, no Bairro Centro-Oeste, voltaram à Prefeitura na manhã desta quarta-feira (12), para pedir apoio do prefeito Marquinhos Trad (PSD). Cerca de 600 pessoas, que chegaram em ônibus, ocupam a entrada do paço municipal.

A área do Samambaia é ocupada, atualmente, por 470 famílias e a da Homex, por 1,2 mil famílias. Nesta manhã, dois representantes de cada comunidade entraram na prefeitura para uma reunião com o diretor-presidente da Emha (Empresa Municipal de Habitação), Enéas José de Carvalho Netto. No entanto, os moradores querem uma posição do prefeito.

Moradora do Samambaia há dois anos, a manicure Eliane da Silva, de 39 anos, afirma que está no local com três filhos, esposo e neto. “Não quero nada de graça, tudo que vamos ter será pago, só quero um futuro melhor para meus filhos. Se essa decisão se cumprir terão mais moradores de ruas, pois não temos para onde ir. Estamos com ordem de despejo”.

O morador da área da Homex, o agente de saneamento Saulo Moura, que atualmente está desempregado, mora no local com a filha de 2 anos. Ele frisa que as famílias não querem nada de graça.

“Quero que o prefeito cumpra o que prometeu de regularizar as comunidades. Tudo lá é na gambiarra, fossa, água de poço, luz no gato, mas queremos morar. As crianças já estão até cadastradas na escola e queremos pagar pelo que vamos usar, não queremos nada de graça”, disse.

No último dia 26 de novembro foi confirmada a reintegração de posse das áreas particulares durante a audiência entre prefeitura, MPE (Ministério Público Estadual), Secretaria de Segurança Pública do Estado e defesa das comunidades.

O prefeito pontuou que se trata de uma decisão judicial e que no caso do Samambaia, por exemplo, foi o proprietário da área quem entrou com o pedido de reintegração.

Marquinhos reiterou que todas as casas foram construídas em áreas de preservação permanente (APP) em ruas, em calçadas e o fato deles estarem na lista da Emha há muito tempo, não lhes dá o passaporte para invadir áreas.

Contudo, o prefeito ressaltou que o secretário de segurança do Estado iria traçar um planejamento com a melhor maneira para se cumprir a liminar.

Homex - Em agosto, grupo de cerca de 350 moradores de invasão do Jardim Centro Oeste foi até o Parque dos Poderes pedir apoio do governo do Estado para a compra da área, que fica ao lado de conjunto habitacional construído pela Homex. No dia 10 do referido mês, as famílias também receberam notificação de desocupação da área, depois que a Justiça concedeu nova liminar de reintegração à massa falida da empresa.

Samambaia - Em novembro, cerca de 200 pessoas que ocupam a área no Los Angeles foram ao Fórum cobrar providências sobre o impasse judicial. 

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