Vacina e "desistência" de médicos derrubam venda de cloroquina e ivermectina
Parte do "kit covid", remédios são assunto também da CPI Covid que investiga negligência no combate à pandemia
Desde o começo da vacinação contra covid-19, a busca por cloroquina e ivermectina nas farmácias de Campo Grande teve uma redução significativa, após um 2020 que chegaram a faltar nos estoques. Os medicamentos polêmicos, que fazem parte do contestado “kit covid”, voltaram a ser pauta, alvos da CPI da Covid, por conta dos investimentos públicos em remédios sem efeito comprovado.
De acordo com o farmacêutico Jhonatan de Oliveira, 29 anos, após uma procura intensa em 2020 pelos medicamentos, o setor vive um período de calmaria na busca pelos dois remédios que eram prescritos como tratamento precoce por muitos médicos.
“A procura ficou bem baixa depois que começou a vacinação. Os médicos pararam de prescrever com kit precoce então agora quem busca mesmo é quem precisa dos remédios para tratamentos específicos e não mais pela covid-19”, disse Jhonatan.
Ao Campo Grande News, ele explicou que a diminuição da procura pelos medicamentos foi gradual conforme foi avançando a vacinação na Capital.
“São remédios que precisam de prescrição e como faziam parte do kit, a receita médica deixa a procura alta. Hoje temos um estoque tranquilo dos remédios. A vacinação está abrangente então a procura diminuiu bastante. Além também da busca por informações dos remédios.”, detalhou o farmacêutico.
Em outra farmácia, a atendente que preferiu não se identificar, a informação foi a mesma. A busca pelos remédios, que são usados para tratar lupus no caso da cloroquina e o antiparasitária, agora não é mais para tratamento precoce da doença que já causou 6.350 morte em Mato Grosso do Sul desde o começo da pandemia em março de 2020.
"As pessoas vem realmente com a receita médica para o tratamento das doenças específicas dos remédios. Não tem mais aquela loucura que era por causa da covid-19", afirmou a atendente.
A CPI da Covid começou no último dia 4 de maio e apura negligência no combate ao coronavírus no Brasil. O primeiro a ser ouvido foi ex-ministro da Saúde, o sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Nesta quinta-feira (20), o também ex- ministro da Saúde Eduardo Pazuello continua. A sessão começou ontem, mas foi interrompida por atividades no plenário do Senado e não foi retomada porque Pazuello passou mal.
Ainda devem depor na CPI, nomes como o de Mayra Pinheiro, defensora da cloroquina e secretária do Ministério da Saúde, Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Dimas Covas, diretor do Butantan, Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz, entre outros.