Cidades temem ficar "invisíveis" e perder clientes com duplicação da 163
Com várias lojas de portas abertas para a BR-163, as cidades com perímetro urbano na rodovia, que será privatizada, temem a invisibilidade. Ou seja, que a obra de duplicação dificulte o acesso e afaste potenciais clientes.
Proprietária de mercado em Jaraguari, a 44 quilômetros de Campo Grande, Luzia Maria de Jesus, 35 anos, conta que 70% dos clientes são os caminhoneiros.
Quanto à cobrança de pedágio, ela aprova, mesmo com a possibilidade de encarecer os custos das diversas viagens semanais à Capital. Segundo a comerciante, ainda não há informações sobre a situação das lojas que ficam próximas à rodovia.
Dona de loja de material de construção, Maria José Almeida de Souza Ferreira, de 36 anos, afirma que as edificações devem ficar a 35 metros da BR. No caso de sua loja, afirma que a distância é de 34,5metros.
Antes do lado direito da rodovia, no sentido Campo Grande a Cuiabá, a cidade de Jaraguari registra, de forma gradual, avanço das construções na outra margem da 163, o que demonstra o filão que a rodovia significa para o comércio local.
Conforme o projeto, há previsão de abrir um canteiro central no trecho de perímetro urbano. Seguindo viagem pela BR-163, a próxima cidade é Bandeirantes. Lá, lanchonetes, restaurante e bancos, sempre voltados para a rodovia, fazem a recepção na área urbana.
Gerente de lanchonete, Hugney de Jesus Serpa Dutra conta que o funcionamento é 24 horas para atender a demanda decorrente das pessoas que passam pela 163. De acordo com ele, é importante que a obra garanta acesso fácil às cidades.
Em São Gabriel do Oeste, cidade que sucede Bandeirantes para quem segue pela rodovia federal, imagem aérea revela a ligação com a BR-163. É a margem delas que estão as maiores empresas do município. “A rodovia é muito integrada”, afirma o secretário de Governo adjunto, Huilson Pasqualli.
De acordo com ele, o perímetro urbano deve ganhar um viaduto, que em linguagem da engenharia leva nome de diamante, três passarelas e três rotatórias.
A CCR (Companhia de Participações em Concessões ) assina contrato no dia 6 de março e deverá investir R$ 6 bilhões na duplicação e manutenção da rodovia que interliga as divisas de Mato Grosso do Sul com o Mato Grosso e o Paraná.