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Cidades

Empresário alvo de operação da Polícia Federal coloca tornozeleira

O prejuízo com as licitações sob suspeita é calculado em R$ 3,2 milhões

Aline dos Santos | 29/01/2018 08:33
Na quinta-feira, equipe da PF "amanheceu" no Hospital Universitário. (Foto: André Bittar)
Na quinta-feira, equipe da PF "amanheceu" no Hospital Universitário. (Foto: André Bittar)

Alvo da operação Again, o empresário Pablo Augusto de Souza Figueiredo cumpriu no sábado (dia 27) a ordem judicial para usar tornozeleira eletrônica. Um dia antes, o médico cardiologista Mércule Pedro Paulista Cavalcante compareceu ao Patronato Penitenciário de Campo Grande e passou a utilizar o dispositivo.

O monitoramento eletrônico foi determinado pelo juiz da 3ª Vara da Justiça Federal. Na última quinta-feira (dia 25), o médico e o empresário foram alvos de operação da PF (Polícia Federal), em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União).

A PF apura a ligação entre Mércule, autoridade máxima no setor de hemodinâmica do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, e do empresário, dono da Amplimed, que tem sede no Pará.

É investigado pagamento de viagens e veículos de luxo (com valor acima de R$ 200 mil) pela empresa ao médico. Está confirmado que foram custeadas viagens nacionais, com possibilidade de ser congresso na área médica. Já uma viagem dos dois, acompanhados das famílias, para Miami (Estados Unidos) está em investigação.

Os 20 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande, Dourados e Belém (Pará). As equipes passaram pelo HU, HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian, em um condomínio de luxo, nas empresas Amplimed e QL Med. Segundo a investigação, não há envolvimento da direção dos hospitais.

A Amplimed e QL Med são fornecedoras de stents, utilizados em procedimentos cardíacos, e apontadas como vencedoras de licitações fraudadas. Os editais tinham cláusulas restritivas e exigências que resultavam em desclassificação das concorrentes. O prejuízo é calculado em R$ 3,2 milhões.

Ao todo, são oito investigados, que vão responder por corrupção ativa e passiva, peculato e fraude à licitação. A operação recebeu o nome de Again, que significa de novo, em alusão ao fato de se tratar de esquema semelhante ao desarticulado pela operação Sangue Frio, em março de 2013.

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