Ex-major Carvalho é condenado a nove anos de prisão por corrupção ativa
Acusação e defesa vão recorrer
O ex-major da PM (Polícia Militar) Sérgio Roberto de Carvalho foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado pelo crime de corrupção ativa. A condenação é resultado das investigações que culminaram com a operação Las Vegas, em maio de 2009.
O julgamento foi realizado pela Auditoria Militar porque na época dos fatos Carvalho ainda não havia sido expulso da corporação.
Ele foi condenado por quatro votos a um, mas conseguiu absolvição em cinco incidências. A defesa e a acusação irão recorrer da sentença.
O advogado de Carvalho, Manoel Lacerda, contesta a pena. Segundo ele, para corrupção ativa, a mínima é de um ano e a máxima de oito, e por isso irá recorrer. O Ministério Público irá contestar a absolvição.
O julgamento aconteceu nesta segunda-feira após ter sido adiado no início do mês.
A defesa tentou novamente desqualificar a veracidade das provas e contestou as gravações telefônicas que comprovaria a posição de chefia do ex-major dentro da quadrilha de exploração de caça-níqueis. A acusação sustentou que a voz que comanda ações da jogatina é do ex-major, o que é contestado pelos advogados de Carvalho.
O ex-oficial da PM é acusado de vários crimes, entre eles tentativa de fraude a um espólio milionário, e já foi condenado por tráfico de drogas. A defesa diz que ele já terminou de cumprir a pena por este crime.
Ele também trava uma briga judicial para reaver a aposentadoria que recebia desde 1996. O benefício foi suspenso em junho de 2010 pela Ageprev (Agência de Previdência Social), como consequência da decisão judicial que, a pedido do Ministério Público Estadual, determinou a perda de posto.
O valor envolvido não foi informado. O salário de um major da ativa é de R$ 11 mil, mas como se aposentou proporcionalmente, com 16 anos de PM, Carvalho recebe menos.