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Cidades

Golpe começou há 10 anos com avô de preso em operação da PF

Foram presos temporariamente Celso Éder Gonzaga de Araújo, Anderson Flores de Araújo e Sidney Anjos Peró

Viviane Oliveira e Guilherme Henri | 21/11/2017 12:26
Policiais na empresa Company Consultoria Empresarial, na Rua Doutor Arthur Jorge, no Centro (Foto: Liniker Ribeiro)
Policiais na empresa Company Consultoria Empresarial, na Rua Doutor Arthur Jorge, no Centro (Foto: Liniker Ribeiro)

O golpe da quadrilha presa na operação Ouro de Ofir, desencadeada nesta manhã (21), começou há 10 anos com Celso Araújo - avô de Celso Éder Gonzaga de Araújo, um dos alvos da ação e dono da empresa Company Consultoria Empresarial. O avô, que faleceu no mês passado aos 69 anos, se apresentava como herdeiro de valores trilionários. Os nomes das supostas operações financeiras eram Sap e Aumetal.

Segundo o delegado da Polícia Federal, Cléo Mazzotti, os participantes eram divididos em quatro categorias: os cabeças da instituição financeira clandestina, os escriturários (autorizados a fazer contratos com terceiros), os corretores (que criavam grupos de propaganda no WhatsApp) e os participantes induzidos pelas propostas exorbitantes. O contrato minimo de participação era de R$ 1 mil com a promessa de rendimento na ordem de R$ 1 milhão.

No total, 18 dos 19 mandados foram cumpridos, sendo 11 de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e quatro de condução coercitiva em Campo Grande, Terenos, Goiânia (GO) e Brasília (DF). Além de Celso, foram presos temporariamente Anderson Flores de Araújo e Sidney Anjos Peró. Um está foragido. Eles, segundo a polícia, são operadores do esquema.

O valor a ser pago a todos os envolvidos no contrato chegaria a R$ 3 trilhões de reais. Os integrantes da organização criminosa se passavam por pessoas de prestigio como, por exemplo de juiz arbitral, para demonstrar seriedade. “Eles são golpistas e as pessoas devem ficar atentas para não serem ludibriadas por esses criminosos”, alerta o delegado Guilherme Farias.

Da direita para a esquerda,  Henry Tamashiro  (Receita Federal), Cléo Mazzotti, (delegado da Polícia Federal) e Guilherme Farias (delegado da PF) (Foto: André Bittar)
Da direita para a esquerda, Henry Tamashiro (Receita Federal), Cléo Mazzotti, (delegado da Polícia Federal) e Guilherme Farias (delegado da PF) (Foto: André Bittar)

A rede de golpistas teria feito ao menos 25 mil vítimas em todos os Estados brasileiros. Conforme o delegado Mazzotti, o grupo dizia que havia uma mina de ouro explorada na época do império e os valores referentes pertencia a uma família de Campo Grande, que criou uma comissão.

“Eles diziam que o processo começou há 60 anos para recuperar a comissão. Só que o acordo que foi feito em uma corte internacional era de que 60% iria para a família e 40% para terceiros, que ajudariam com os custos de recuperação desses valores”, explica o delegado Mazzotti. Era assim que funcionava um dos esquemas.

A operação prendeu mais de R$ 1 milhão em dinheiro, 200 quilos em supostas pedras preciosas, armas e carros de luxo. O nome da operação Ouro de Ofir faz alusão a uma cidade mitológica, que produzia outro de qualidade e beleza. Detalhe é que a cidade nunca foi localizada e muito menos o metal precioso.

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