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Cidades

Greve bloqueia ruas e estradas, deixa ônibus parados e alunos sem aula

Viviane Oliveira | 15/03/2017 09:10
Professores bloqueiam principais vias de Campo Grande (Foto: André Bittar)
Professores bloqueiam principais vias de Campo Grande (Foto: André Bittar)

Em dia de paralisação, escolas amanheceram fechadas, rodovia bloqueada e ônibus parados por manifestantes. O ato faz parte do dia nacional de protestos e greves contra a reforma previdenciária, proposta pelo presidente Michel Temer (PMDB).

O protesto de professores na manhã desta quarta-feira fechou a Rua 7 de Setembro entre as ruas Rui Barbosa e 13 de Maio. Também foi bloqueada uma quadra da Afonso Pena, uma das avenidas mais movimentadas da cidade. Pelo menos 500 mil alunos, da rede Municipal e Estadual estão sem aula. A categoria se reuniu em frente a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) e partiu em caminhada até a praça Ary Coelho.

A BR-163 foi interditada em Nova Alvorada do Sul, a 120 km de Campo Grande. A mobilização, realizada por professores e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-terra), reúne pelo menos 200 pessoas.

A rodovia, principal rota do escoamento da produção no Estado, foi fechada às 6h30, no quilômetro 368. De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), por volta das 7h30, a fila de veículos chegava a dois quilômetros em cada sentido.

Com a paralisação do transporte coletivo, que só voltou a circular por volta das 7h30, muitos passageiros foram pegos de surpresa e precisaram se virar para chegar ao trabalho. O horário é de grande movimento e quem precisou chegar em casa ou no emprego foi prejudicado. Por causa do protesto do transporte, o fluxo de veículos na região central aumentou.

Muitos tentaram recorrer a Uber, mas a empresa que luta pela regularização municipal, deixou na mão os usuários que queriam chegar ao emprego no horário normal. A temida ‘tarifa diferenciada', que segundo o aplicativo serve para incentivar mais motoristas a virarem prestadores de serviços e aumenta o preço das viagens nos horários de pico, explodiu o preço nos bairros periféricos da capital com a ausência dos coletivos.

Congestionamento de veículos na BR-163 (Foto: Direto das Ruas)
Congestionamento de veículos na BR-163 (Foto: Direto das Ruas)
Terminal Morenão, um dos maiores da cidade, ficou vazio nas primeiras horas do dia (Foto: André Bittar)
Terminal Morenão, um dos maiores da cidade, ficou vazio nas primeiras horas do dia (Foto: André Bittar)

Reforma previdenciária - A PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que trata da reforma da Previdência, foi enviada pelo governo Temer ao Congresso Nacional no início de dezembro do ano passado. Pelas regras propostas pelo governo federal, o trabalhador precisa atingir a idade mínima de 65 anos e pelo menos 25 anos de contribuição para poder se aposentar. Nesse caso, ele receberá 76% do valor da aposentadoria - que corresponderá a 51% da média dos salários de contribuição, acrescidos de um ponto percentual desta média para cada ano de contribuição.

A cada ano que contribuir a mais, o trabalhador terá direito a um ponto percentual. Desta forma, para receber a aposentadoria integral (100% do valor), o trabalhador precisará contribuir por 49 anos - a soma dos 25 anos obrigatórios e 24 anos a mais.

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