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Cidades

Greve de juízes por privilégios afeta 400 sessões na Justiça do Trabalho

Ato realizado na Justiça do Trabalho reuniu cerca de 20 juízes e procuradores federais

Danielle Valentim e Kleber Clajus | 15/03/2018 14:50
Protesto realizado na sede na Justiça do Trabalho em Campo Grande
reuniu cerca de 20 juízes e procuradores federais e do trabalho. (Foto: Kleber Clajus)
Protesto realizado na sede na Justiça do Trabalho em Campo Grande reuniu cerca de 20 juízes e procuradores federais e do trabalho. (Foto: Kleber Clajus)

A greve de juízes e procuradores federais nesta quinta-feira (13) em defesa do auxílio-moradia – privilégio no valor de R$ 4.377,73 – e do aumento dos salários afetou 400 sessões da Justiça do Trabalho previstas para todo o Mato Grosso do Sul. Os horários foram alterados, parte das sessões foi antecipada e outra adiada.

Em Campo Grande, o protesto foi realizado no Fórum Trabalhista Senador Ramez Tebet, na Vila Glória, e reuniu cerca de 20 juízes e procuradores federais e do trabalho. Eles só citaram o reajuste anual dos magistrados e procuradores e o auxílio-moradia.

“O que está acontecendo hoje é que querem desmoralizar o judiciário, que está sofrendo um ataque de usar o auxílio a moradia como subterfúgio. Estamos com perda de mais de 40% na remuneração se o estado não respeita nem mesmo os juízes, vai respeitar o cidadão?”, afirmou o presidente da Amatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho XXIV) Christian Mendonça.

Juízes federais também participaram do ato. A juíza federal Raquel Domingues do Amaral, representando a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Mato Grosso do Sul) afirmou que caso os projetos de lei que hoje tramitam no legislativo, quanto ao abuso de autoridade, por exemplo, forem aprovados “O que vai acontecer é a banalização da corrupção. Teremos um cenário pior do que antes da Lava Jato”, disse.

Ela defendeu o auxílio moradia, afirmando que é uma alternativa para “minimizar as perdas salariais dos magistrados”. No caso da Justiça Federal, houve alguns atrasos nas sessões a serem realizadas, mas, segundo as informações no local, não houve adiamentos ou cancelamentos..

O procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho, Leontino de Lima Ferreira Júnior, também disse que as sessões não tiveram prejuízo. Segundo ele, os colegas que não tinham compromisso no horário do ato participaram.  O procurador do Ministério Público Federal, Silvio Pettengill Neto, afirmou que as audiências ocorreram normalmente.“não teve ordem de suspensão”, disse.

Ele ainda criticou o fato de que boa parte dos magistrados ainda sejam remunerados por subsídios e que outras carreiras da área jurídica já tiveram rendimentos acima da inflação. 

Atualmente, de acordo com Christian, o juiz federal do trabalho ganha R$ 24 mil líquido, contando o auxílio moradia de R$ 4,470,00. Não está descartada uma eventual paralisação dos serviços caso não se encontre uma solução pelo caminho legislativo.

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