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Interior

Após confrontos com grupo rival, índios desistem de novas invasões

Índios contrários às ocupações continuam “vigiando” propriedades

Helio de Freitas, de Dourados | 25/07/2017 15:00
Grupos indígenas rivais entraram em confronto ontem em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
Grupos indígenas rivais entraram em confronto ontem em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Depois dos confrontos com sitiantes no domingo (23) e ontem com grupos indígenas rivais, os índios desistiram de invadir a chácara Morada do Sol, localizada na região norte de Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Moradores relatam que o grupo que chegou a entrar na propriedade na tarde de domingo recuou, mas continua nos arredores. Desde março do ano passado, os índios ocupam cinco sítios localizados nas margens do anel viário, que divide a cidade da reserva indígena.

Na tarde de ontem, policiais federais e militares foram ao local para conversar com os dois grupos, separados por uma estrada de terra. De um lado estavam os índios que tentavam montar acampamento na chácara e do outro um grupo de moradores da aldeia Bororó, contrário às invasões.

Líderes do grupo que defende as ocupações acusam os “patrícios” de serem pagos pelos proprietários para fazer a segurança dos sítios. Segundo eles, os rojões usados no confronto de ontem teriam sido comprados pelos proprietários.

Já o outro grupo alega que as invasões prejudicam os moradores da aldeia Bororó, uma vez que muitos trabalham nas chácaras e sítios vizinhos da reserva.

No domingo, o dono da chácara, Antonio Carlos de Carvalho, 58, e o genro dele, Carlos Heleno de Almeida, 31, ficaram feridos em confronto com os índios que tentavam montar barracos nos fundos do sítio. Outros índios, moradores da aldeia Bororó, decidiram se unir aos proprietários rurais para impedir a ocupação.

Os índios reivindicam a demarcação dos sítios e inclusão da área na reserva local, que tem 15 mil moradores em 3.600 hectares. A Justiça Federal chegou a determinar a reintegração de posse dos sítios ocupados no ano passado, mas em março deste ano a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministra Cármen Lúcia, suspendeu o despejo.

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