Após suspeita de "fungo negro", prefeitura diz que não há motivo para pânico
Nova suspeita é um paciente de 50 anos internado com covid-19 desde o dia 27 de maio em Corumbá
Após a divulgação do segundo caso suspeito de mucomircose, "fungo negro", em Mato Grosso do Sul, a Prefeitura de Corumbá, cidade a 429 quilômetros de Campo Grande, diz que não há no momento nenhum motivo para pânico.
O primeiro caso suspeito foi registrado em Campo Grande. Paciente de 71 de anos estava internado na Capital e apresentou lesão no olho. Ele não resistiu e acabou morrendo nesta quarta-feira (2), após 15 dias com covid-19.
Já a segunda suspeita foi divulgada nesta quinta-feira (3). Paciente de 50 anos esta em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em hospital de Corumbá. Ele foi diagnosticado com covid-19 no dia 27 de maio e ontem apresentou necrose ocular bilateral. Em ambos os casos, foram feitas as coletas para exame e o resultado pode demorar até 30 dias.
Ao Campo Grande News, a Prefeitura de Corumbá disse que não há motivo para pânico. “O procedimento padrão do Estado é a análise de qualquer situação que fuja da normalidade de pacientes internados. Até o momento não houve confirmação e a doença não é transmitida de pessoa para pessoas.”
Segundo o médico infectologista Rivaldo Venâncio, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), apesar do espanto com as suspeitas, o fundo negro não é raro e já existia.
“O fungo já existia, não é raro, a mucormicose está catalogada, existia antes, mas essa associação com covid é que estamos apurando. Não é somente o ambiente em si, mas uma pessoa debilitada em ambiente hospitalar”, diz.
Pacientes com maior predisposição para a doença são os com baixa imunidade e o uso de altas doses de corticoides também são fatores de risco para o desenvolvimento de mucormicose. A doença necrosa os tecidos da face, atingindo nariz, olhos e podendo chegar ao cérebro e segundo dados do Hospital das Clínicas de São Paulo, complexas cirurgias são necessárias para salvar o paciente e 50% deles não resistem às complicações.
No Brasil já há casos em investigação também em São Paulo, Santa Catarina e Manaus.