Capturado na fronteira, traficante brasileiro é isolado em quartel da polícia
Juan Ramón Flores é acusado de mandar matar chefe do tráfico e está na lista vermelha da Interpol
O brasileiro Juan Ramón Ruiz Díaz Flores, 62, apontado como importante chefe do crime organizado na linha internacional, vai continuar preso no Paraguai, pelo menos por enquanto. Com ordem de prisão para fins de extradição expedida pela Justiça de seu país, o traficante integra a lista vermelha dos procurados pela Interpol, a polícia internacional.
Ele foi localizado por agentes da Polícia Nacional na segunda-feira (27), na região de Paranhos (MS). Durante a operação, houve troca de tiros e Juan foi ferido na perna esquerda. No mesmo dia, o brasileiro foi levado para a capital Asunción.
Apontado como mandante da execução do político paraguaio e traficante Carlos Rubén Sánchez Garcete, o “Chicharõ”, 44, Juan Flores está com ordem de extradição decretada pelo TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região (São Paulo) por associação criminosa e tráfico de drogas.
Ontem, o juiz Rolando Duarte decretou a prisão preventiva dele e determinou sua permanência na Agrupación Especializada, sede do grupo de elite da Polícia Nacional e onde vários brasileiros já ficaram presos, inclusive, o ex-jogador Ronaldinho Gaúcho.
Segundo o magistrado paraguaio, a medida foi tomada por segurança, já que Juan é acusado de ter determinado a execução de importante chefe do tráfico na fronteira. Caso haja provas do envolvimento dele na morte de Chicharõ, a extradição pode demorar meses e até anos.
Juan Flores é procurado pela polícia brasileira por liderar importante organização criminosa especializada em enviar drogas do Paraguai para São Paulo. Na casa onde foi preso há dois dias, policiais paraguaios encontraram várias armas e munições, inclusive, um fuzil norte-americano M4.
Carlos Rubén Sánchez Garcete, o “Chicharõ”, foi executado com pelo menos 400 tiros em 7 de agosto deste ano, em Pedro Juan Caballero. Juan Flores é irmão de dois outros traficantes que teriam sido executados por ordem de “Chicharõ”, em 2019, na região de Capitán Bado. A guerra começou após pagamento de cocaína boliviana com dinheiro falso.