Com "lei seca", Figueirão contesta 1º caso de covid e quer manter-se como "ilha"
Registro está no boletim da Secretaria de Saúde, indicando a doença em 100% dos municídios de MS
Imune até agora à covid-19, após 4 meses de pandemia, o município de Figueirão, de 3,2 mil mil habitantes, teve o primeiro caso registrado, de acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde. Mas a prefeitura rejeita a notificação e diz que ela é, na verdade, de Campo Grande, e a cidade se mantém como a única das 79 cidades do Estado sem moradores infectados pelo novo coronavírus em Mato Grosso do Sul.
O paciente, segundo a reportagem apurou, é um médico de 35 anos, que faz plantão na cidade.
“Ele mora em Campo Grande, ele fez o exame em Campo Grande, o cartão do Sus dele é de Campo Grande”, afirma o prefeito da cidade, Rogério Rosalin.
Figueirão fica a 226 quilômetros da Capital. Segundo o prefeito, a administração municipal mantém “radar cem por cento” em relação ao contágio pelo novo coronavírus.
Há quatro meses, á toque de recolher e uma medida que gerou polêmica e está em análise pela prefeitura de Campo Grande, a adoção de “lei seca” contra o ajuntamento de pessoas.
“Desde março, está proibido consumir bebida em público e isso acabou com as aglomerações”, afirma o prefeito.
A Secretaria Estadual de Saúde, por meio da assessoria de imprensa, confirmou que está analisando a contestação da prefeitura. Se ficar confirmado que o domicílio do médico é Campo Grande, o caso passa a fazer parte das estatísticas da Capital.
Pelo boletim da Secretaria Estadual de hoje, Mato Grosso do Sul tem casos de covid em todo os municípios, chegando a 24,2 mil notificações.