ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 30º

Interior

Domínio de facção brasileira assusta moradores de Pedro Juan Caballero

PCC tomou conta do crime organizado na divisa com MS e temor é de mais mortes na fronteira, segundo policiais paraguaios

Helio de Freitas, de Dourados | 09/03/2018 12:11
Corpo encontrado em estrada no Paraguai; quatro pessoas foram assassinadas em um dia na fronteira (Foto: ABC Color)
Corpo encontrado em estrada no Paraguai; quatro pessoas foram assassinadas em um dia na fronteira (Foto: ABC Color)

Moradores de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, as duas principais cidades paraguaias do Departamento de Amambay na fronteira com Mato Grosso do Sul estão aterrorizados com a expansão e os atos de violência praticados por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Segundo policiais que atuam na Linha Internacional, a facção brasileira tomou conta do tráfico de drogas e de armas naquela região e está eliminando os inimigos. “Todo mundo tem medo porque o pessoal do PCC é capaz de fazer qualquer coisa”, afirmou hoje ao Campo Grande News um morador de Pedro Juan Caballero.

“Após a morte do Rafaat [Jorge Rafaat Toumani, executado em junho de 2016] e a transferência do Jarvis Pavão para o Brasil, o clima de tensão aumentou e as pessoas estão com mais medo ainda”, afirma o cidadão paraguaio.

Nesta semana, entre a terça e a quarta-feira, quatro pessoas foram assassinadas em menos de 24 horas em Ponta Porã, Pedro Juan Caballero e Capitán Bado. Entre as vítimas está o policial civil Wescley Vasconcelos Dias, 37, executado com 30 tiros de fuzil no fim a tarde do dia 6.

Também na terça-feira, seis membros do PCC foram presos em Pedro Juan Caballero, reforçando a tese do governo paraguaio que a facção se fortaleceu nos últimos meses para tomar conta do crime organizado na fronteira.

A Polícia Nacional do Paraguai suspeita que a facção criminosa tenha matado o agente da Polícia Civil. Entretanto, policias brasileiros envolvidos nas investigações afirmam que essa apenas uma das linhas de investigação.

Para a polícia brasileira, o assassinato está ligado ao trabalho do investigador, considerado bastante atuante, principalmente colaborando com outras polícias, inclusive a paraguaia.

No dia que foi morto, segundo policiais paraguaios, ele tinha ido a Pedro Juan para coletar as impressões digitais dos seis membros do PCC, presos horas antes. Logo após voltar ao lado brasileiro da fronteira, foi cercado por pelo menos dois carros e executado a tiros de fuzil calibre 7.62.

Nos siga no Google Notícias