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Interior

Gêmeos morreram porque não havia vaga nem em UTI neonatal particular

Nícholas Vasconcelos | 24/04/2013 16:30
Gêmeos permaneceram em ambulância à espera de transferência. (Foto: Hosana de Lourdes/ Tudo MS)
Gêmeos permaneceram em ambulância à espera de transferência. (Foto: Hosana de Lourdes/ Tudo MS)

O secretario municipal de Saúde de Maracaju, Carlos Alberto Ortiz, disse que tentou todos recursos para transferir os gêmeos recém-nascidos que morreram à espera de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “É complicada a oferta de leito neonatal, tentamos até clínicas particulares, acionamos o Ministério Público Estadual, foi solicitado em Campo Grande, tentamos todos os meios”, disse.

A mãe dos meninos Ingrid Soares, 20 anos, é de Nioaque e chegou ao hospital de Maracaju em trabalho de parto no fim da tarde de terça-feira (23). Eles nasceram com 1,5 kg e 1,6 kg e com problemas respiratórios.

Segundo Ortiz, não foram localizadas vagas em hospitais particulares na Capital, que foram colocadas ambulâncias para atender os meninos. Uma equipe médica ficou à disposição dos dois, que os profissionais passaram a noite bombeando oxigênio para os dois. “Não é fácil, é desgastante”, desabafou.

O MPE confirma que o secretario entrou em contato com a 2ª Promotoria de Justiça, solicitando as vagas. O promotor Estefano Rocha Rodrigues da Silva orientou Ortiz para que encaminhasse as crianças para a internação em Campo Grande em uma clínica particular, para que eles fossem internados às custas do Município de Maracaju até que surgisse uma vaga em leito do SUS (Sistema Único de Saúde).

De acordo com o médico Luiz Augusto Possi, plantonista que atendeu o caso dos gêmeos, a informação repassada é que não existiam vagas nos hospitais públicos na Capital e Dourados.

A transferência para Campo Grande só foi possível por volta das 9h, mas os gêmeos morreram no caminho.

O Campo Grande News entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde, responsável pela regulação de vagas, e aguarda retorno.

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