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Interior

Governo Bolsonaro mantém veto à lista tríplice e troca interventor na UFGD

Portaria publicada nesta segunda-feira dispensa Mirlene Damazio e nomeia Lino Sanabria como reitor temporário

Helio de Freitas, de Dourados | 08/02/2021 08:17
Mirlene Damazio recebe homenagem no Exército; ela ficou um ano e oito meses como reitora temporária (Foto: Divulgação)
Mirlene Damazio recebe homenagem no Exército; ela ficou um ano e oito meses como reitora temporária (Foto: Divulgação)

O governo Bolsonaro trocou o interventor na reitoria da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Portaria assinada pelo ministro da Educação Milton Ribeiro e publicada hoje (8) no Diário Oficial da União dispensa a professora Mirlene Ferreira Macedo Damazio do cargo de reitora temporária. No mesmo ato, foi designado para o posto o professor de matemática Lino Sanabria.

A decisão pegou de surpresa a comunidade acadêmica da UFGD. Mirlene ocupava o posto desde junho de 2019, quando venceu o mandato da última reitora eleita da universidade, Liane Calarge.

Naquele mês, o governo federal ignorou a lista tríplice elaborada após eleição interna na UFGD e colocou Mirlene como reitora temporária.

O então ministro da Educação Abraham Weintraub alegou que a lista tríplice estava sub judice devido à ação movida pelo MPF (Ministério Público Federal) contra as regras da eleição.

A medida causou revolta entre professores, administrativos e estudantes. Mirlene Damazio foi alvo de vários protestos e chegou a chamar a Guarda Municipal e a Polícia Militar para impedir as manifestações.

Desde então, o reitor eleito Etienne Biasotto trava batalha na Justiça para conseguir tomar posse. A decisão de primeira instância foi pela legalidade da eleição e da lista tríplice. No fim de novembro do ano passado, o desembargador Nery da Costa Junior, do TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, determinou providências imediatas para envio ao Ministério da Educação da lista tríplice para reitor da universidade.

"Nós não estamos sendo ouvidos. O que fica é a versão dos antidemocráticos, que tenta induzir os órgãos ao erro. A gente tenta conversar com o MEC [Ministério da Educação] e é ignorado", relatou Biasotto em documento entregue ao ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

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