Guerra entre facções na fronteira tem mais mortes e troca de tiros na rua
Execução ocorreu ontem em Coronel Sapucaia e quadrilhas cruzaram a fronteira trocando tiros; Hilux e casa foram queimadas
A guerra entre facções não para na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul. Entre a noite de sábado (16) e a tarde deste domingo, mais duas pessoas foram executadas a tiros em Capitán Bado, do lado paraguaio, e Coronel Sapucaia (MS), a 460 km de Campo Grande.
Intenso tiroteio entre bandidos ontem à tarde e uma casa e uma caminhonete Toyota Hilux queimadas nos dois lados da fronteira marcaram o final de semana em uma das regiões mais violentas dos dois países.
Pelo menos 40 pessoas já foram assassinadas em 2019 em Capitán Bado e Pedro Juan Caballero no Paraguai e em seis cidades sul-mato-grossenses – Ponta Porã, Bela Vista, Paranhos, Aral Moreira, Coronel Sapucaia e Sete Quedas.
Na noite de sábado, Carlos David Casco bebia com um grupo de amigos em frente a um bar no bairro San Roque, em Capitán Bado, quando dois pistoleiros chegaram de moto. O homem tentou correr, mas foi perseguido e morto com pelo menos 15 tiros de pistola 9 milímetros.
Tiroteio e mais um morto – Já na noite deste domingo, bandidos começaram a trocar tiros em Capitán Bado, cruzaram a Linha Internacional e continuaram em confronto nas ruas de Coronel Sapucaia.
Uma Renault Duster com placa do Paraguai foi abandonada no lado brasileiro com várias marcas de tiros. Cápsulas deflagradas de calibres 9 milímetros e de fuzil 5.56 ficaram espalhadas no asfalto.
Pelo menos um ferido, identificado como Diego Alex Espinosa, 19, foi atendido no hospital da cidade brasileira e depois levado para o lado paraguaio. Um segundo ferido não foi localizado. Já Adenilson Armoa morreu em consequência dos tiros.
Hilux e casa queimadas – Horas antes do ataque, uma caminhonete Toyota Hilux roubada em Ciudad Del Este no dia 2 deste mês foi encontrada em chamas em uma estrada em Capitán Bado.
Já em Coronel Sapucaia, uma casa foi incendiada por vários homens que chegaram ao local em uma caminhonete similar à encontrada queimada.
A polícia acredita que o grupo usou o veículo para chegar até a casa incendiada e depois ateou fogo na Hilux, para eliminar pistas, como é muito comum na fronteira.