Juiz federal determina desocupação de prédio da UFGD invadido há 9 dias
Universitários que ocupam prédio da reitoria terão 24 horas após a notificação para saírem do local; PF já foi autorizada a fazer o despejo caso eles permaneçam na unidade
Liminar judicial determinou na tarde desta sexta-feira (18) que o prédio da reitoria da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) seja desocupado imediatamente. Os estudantes têm 24 horas para saírem da unidade e a Polícia Federal foi autorizada a promover a reintegração do local caso a ordem não seja cumprida.
O oficial de Justiça deve ir ao local da invasão ainda hoje para notificar os estudantes, que estão no prédio há nove dias. A reintegração foi determinada pelo juiz federal Moisés Costa da Silva.
De acordo com a reitora da UFGD, Liane Calarge, houve um pedido para que a ocupação fosse compartilhada com os estudantes, mas não foi aceito pelos manifestantes, o que prejudicou o andamento de vários projetos. Entretanto, a reitoria considerou o movimento "legítimo".
"Foram realizadas várias reuniões de negociação e uma resposta foi apresentada por escrito ontem à noite. A reitoria precisa estar de portas abertas, ou trabalha todo mundo junto ou não", disse ela.
Caso o prédio não seja desocupado, uma multa diária de R$ 1 mil deverá ser aplicada. Além disso, o juiz autorizou que caso a desocupação seja ignorada a universidade poderá fazer o corte de água, energia e internet do prédio. Novas invasões em todos os prédios da universidade em Dourados também estão impedidas por força da ordem judicial.
Segundo a reitora, o conselho universitário já publicou moção contra a PEC 55 antes da ocupação. "Existem outras formas de lutar contra a PEC. Na semana que vem haverá um debate com representante do MEC. Além disso, houve prejuízo para o andamento de processos e editais, que terão de ser readequados", afirmou ela.
Ocupação - O prédio está ocupado pelos universitários desde 22h do dia 9 deste mes em protesto contra medidas do governo federal. As invasões de unidades de universidades públicas ocorrem em todo o país.
Os universitários protestam contra o controle dos gastos do governo, contra a reforma do ensino médio e cobram mais participação nas decisões da reitoria da UFGD - pedido que já começou a ser aceito, segundo a reitora.