Juiz manda soltar dois e mantém na cadeia terceiro envolvido em sequestro
Suspeitos foram presos no dia 30 de julho em Dourados; juiz disse que homem com passagem por tráfico fez opção por “vida errante”
Mais dois dos quatro homens presos no dia 30 de julho em Dourados acusados de sequestro ganharam liberdade provisória. Alex dos Santos Botelho, 23, morador em Paranhos, e Gilson Alves Maccari, 23, residente em Amambai, saíram na prisão na semana passada após o juiz da 2ª Vara Criminal, Marcus Vinícius de Oliveira Elias, revogar a prisão preventiva deles, a pedido da defesa.
Luiz Carlos Gregol, 39, o Tatá, apontado como líder do grupo, tinha sido o primeiro a ganhar a liberdade dois dias depois de ser preso por porte ilegal de arma, organização criminosa, sequestro e cárcere privado.
Com a liberdade de mais dois envolvidos, apenas Roberto Antunes de Lara, 24, morador em Paranhos, continua preso. Em regime semiaberto quando foi preso em Dourados, Roberto tem antecedentes por tráfico de drogas, estelionato, ameaça e motim enquanto esteve na cadeia.
No despacho em que revogou a prisão preventiva de Alex e Gilson, o juiz afirmou ser necessário manter Roberto de Lara na cadeia pelas “fortes evidências da sua escolha pela vida errante”, evidenciando “desprezo ao cumprimento de regras elementares de convívio familiar”.
Além de pagarem três salários mínimos de fiança, para continuarem em liberdade durante o andamento do processo, Alex e Gilson não poderão manter contato com a vítima do sequestro e não podem sair do estado sem autorização judicial.
Até a tarde desta segunda-feira (14) não consta no sistema de consulta de processos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul o cumprimento do alvará de soltura dos dois beneficiados. Eles estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
O caso – A quadrilha de Tatá Gregol foi presa pela Polícia Militar após sequestrar e manter em cárcere privado um homem de 25 anos, morador no Jardim Universitário, região norte de Dourados. O grupo estaria atrás de informações sobre os autores de um duplo homicídio ocorrido no dia 8 de julho, em um lava-rápido na Rua Coronel Ponciano.
Luiz Carlos é pai de Gabriel Zanotim Gregol, 18, e irmão de Carlos Domingos Gregol, 38, executados por pistoleiros no lava-rápido. Ele também seria alvo do atentado, mas escapou ileso.
No dia 30 de julho, Alex, Gilson e Roberto sequestraram Adriano de Oliveira, 25, e o mantiveram em cárcere privado. O grupo queria informações sobre os autores do duplo homicídio do lava-rápido. Vizinhos viram quando homens armados chegaram à casa de Adriano e o colocaram numa Toyota Hilux preta.
Nas proximidades do local, no cruzamento das ruas Passo Fundo e Cider Cerzosimo de Souza, os policiais abordaram a caminhonete. O rapaz sequestrado estava no veículo e contou aos PMs que os acusados foram até sua residência encapuzado e o obrigaram a entrar no carro, questionando sobre a morte de Gabriel e Carlos Gregol.
Em vistoria na caminhonete os policiais encontraram duas toucas ninja, uma corda, fita adesiva, um rádio comunicador, celulares, três pistolas e carregadores com munição. Dentro da caminhonete foi encontrado um controle remoto com a anotação de um endereço.
Os policiais foram até a casa, na Rua Oliveira Marques, no residencial Monte Cristo, onde Luiz Carlos Gregol foi preso após os policiais encontrarem uma pistola calibre 380 com dois carreadores municiados e diversas anotações.