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Interior

Juiz nega liberdade a um dos policiais civis presos na Operação Codicia

Seis policiais de Ponta Porã e três supostos traficantes estão na cadeia há duas semanas

Helio de Freitas, de Dourados | 09/05/2022 12:19
Policiais do Gaeco em um dos locais onde mandados foram cumpridos no dia 25. (Foto: Arquivo)
Policiais do Gaeco em um dos locais onde mandados foram cumpridos no dia 25. (Foto: Arquivo)

A Justiça negou relaxamento da prisão preventiva do policial Mauro Ranzi, um dos seis integrantes da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul presos há duas semanas no âmbito da Operação Codicia, em Ponta Porã, a 313 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

Deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), a operação investiga cobrança de propinas para liberação de veículos apreendidos e ligação de policiais da ativa e aposentados com o tráfico de drogas. O grupo seria dividido em dois núcleos e, segundo o Gaeco, transformou as duas delegacias da cidade em “balcão de negócios”.

No pedido de relaxamento do mandado de prisão, a defesa de Mauro Ranzi alegou que a investigação do Gaeco não apontou indícios da participação dele no núcleo supostamente ligado ao tráfico de drogas.

Já em relação ao núcleo que seria comandado pelo escrivão aposentado Valdenei Peromall para cobrar propina de pessoas físicas e jurídicas para a liberação de veículos, a defesa apontou “presunções e ilações insuficientes” para a prisão.

Para os advogados, a operação do Gaeco criou “narrativa fantasiosa” e agiu de forma autoritária e seletiva, “buscando mais o sensacionalismo e os holofotes da mídia do que resultados que possam conduzir à responsabilização de autores dos delitos”. Os argumentos, no entanto, foram rejeitados pela Justiça e o policial segue preso.

Além de Mauro Ranzi, continuam atrás das grades o escrivão aposentado Valdenei Peromalle, o “Nei”, a escrivã Adriana Jarcem da Silva, o escrivão Jonatas Pontes Gusmão, o “Jhow”, o investigador Márcio André Molina e o perito Rogério Insfran Ocampos – os quatro da ativa.

Também seguem presos os três supostos traficantes supostamente ligados a Jonatas Gusmão – os irmãos Ricardo Alexandre Olmedo e João Batista Olmedo Júnior, de Ponta Porã, e Marcos Alberto Alcântara, residente em Campo Grande.

Os outros investigados, cuja prisão foi negada pela Justiça, são o delegado Patrick Linares da Costa (afastado das funções), a escrivã aposentada Doelza Lopes Ferreira, o investigador aposentado Ronaldo Medina e Elisandro Ostergerg, supostamente ligado ao núcleo do tráfico.

No dia da operação, o Gaeco também cumpriu mandado de busca na casa do policial civil aposentado Marcos Bello Benites, o “Marquinhos”, atual vereador pelo PSDB em Ponta Porã. Na sexta-feira, o Campo Grande News mostrou que o vereador e Medina escoltaram João Batista Olmedo Júnior em viagem a Campo Grande, em setembro do ano passado.

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