Mansão do “Clã Garcia Morinigo” já está em poder do governo paraguaio
Pessoas que estavam morando na casa, em Pedro Juan Caballero, foram expulsas
Já está em poder do governo do Paraguai, a mansão do brasileiro Emidio Morinigo Ximenes, 65, localizada em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande). O “Clã Garcia Morinigo” foi desmontado em setembro do ano passado.
Comprada com dinheiro do tráfico internacional, a residência foi confiscada hoje (10), durante a segunda fase da Operação Status, deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e pelo Ministério Público do Paraguai.
Além da mansão, onde o patriarca da família foi preso na primeira fase da operação, no dia 11 de setembro de 2020, o governo paraguaio tomou posse de outros 14 imóveis, todos em Pedro Juan Caballero e na zona rural do estado de Amambay.
Avaliados em 10 milhões de dólares (pelo menos R$ 55 milhões), os imóveis, incluindo lojas, casa de câmbio e fazenda, passam a ser administrados pela Senabico, a agência responsável pelo patrimônio confiscado pelo governo paraguaio. Pessoas que estavam morando na mansão foram expulsas.
Veja o vídeo:
Natural de Ponta Porã, Emidio Morinigo Ximenes e os dois filhos dele, Kleber Garcia Morinigo, 43, e Jeferson Garcia Morinigo, 35, foram presos pela Senad, na operação de setembro do ano passado. Os três estavam morando em Pedro Juan Caballero e foram expulsos do Paraguai e entregues à Polícia Federal brasileira.
No mesmo dia, foram presos os campo-grandenses Alexandre Lima Vilhanueva e Slane Chagas. De acordo com a investigação, Alexandre ocupava posição de principal gerente financeiro do grupo criminoso e era espécie de contador do clã.
Ele também aparece como “laranja”, ocultando bens e valores da família Morinigo. Foi identificado que Alexandre e Slane Chagas, proprietários da JV Motors, loja de revendas de carros em Campo Grande, têm patrimônio incompatível com a renda.
Slane Chagas é citado como um dos principais envolvidos nos atos de lavagem de dinheiro. Ele intermediava a venda e a transferência de veículos que seriam ligados ao esquema coordenado por Jefferson Morinigo, além de ações para ocultar o capital obtido por meio do tráfico de drogas. Todos continuam presos após vários pedidos de liberdade negados pela Justiça.