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Interior

Mantida prisão de médico acusado de agredir esposa

A decisão, tomada em regime de plantão judiciário, foi da juíza Melyna Machado Mescouto Fialho

Viviane Oliveira | 09/01/2022 10:05
Imagen da lesão causada na perna da vítima foi anexada no auto de prisão em flagrante (Foto: reprodução)
Imagen da lesão causada na perna da vítima foi anexada no auto de prisão em flagrante (Foto: reprodução)

O médico e ex-secretário de Saúde de Dourados, Renato Oliveira Garcez Vidigal, de 36 anos, vai continuar atrás das grades. Ele foi preso em flagrante na sexta-feira (7), depois de agredir e ameaçar a esposa, também médica, de 31 anos. O caso ocorreu em um hotel na cidade de Bonito.

A decisão, tomada em regime de plantão judiciário, foi da juíza Melyna Machado Mescouto Fialho em audiência de custódia realizada ontem (8). No mesmo dia, a defesa do médico havia entrado com pedido de liberdade provisória.

No requerimento, o advogado alegou que o cliente tem residência fixa e exerce atividade lícita, de médico intensivista responsável pela UTI de um hospital de Corumbá. “Onde só neste mês de janeiro possui dezenas de plantão”, declarou a defesa em trecho do pedido de liberdade. O médico também se comprometeu a deixar imediatamente, assim que saísse da cadeia, a casa onde vive com a vítima.

Argumento que não convenceu a juíza. “Neste ponto, ouso esclarecer que o fato do conduzido ser médico e ostentar cargo de relevância, na UTI de hospital de Corumbá, não é suficiente para a concessão de sua liberdade provisória, especialmente quando sua prisão fora motivada segundo os elementos de informação, por ato a ele imputado, ciente de suas responsabilidades funcionais”, decidiu a juíza.

Um dos pontos utilizados pela juíza para manter Renato preso foi de que o médico já responde por crime da mesma natureza cometido contra a vítima, registrado no ano passado no município de Ponta Porã. “Logo, não seria esse o primeiro episódio de violência entre o casal, que ao que parece, vem evoluindo progressivamente”, escreveu a magistrada.

Ex-secretário de saúde em uma das suas entrevistas quando ocupava o cargo (Foto: divulgação/Assecom)
Ex-secretário de saúde em uma das suas entrevistas quando ocupava o cargo (Foto: divulgação/Assecom)

Caso - Conforme o boletim de ocorrência, o fato ocorreu quando o casal estava na piscina do hotel e a mulher questionou o médico generalista sobre acidente de trânsito ocorrido com os dois um dia antes. Irritado com a pergunta, ele apertou a perna da companheira e depois jogou bebida no rosto dela.

A mulher, então, foi para o quarto do hotel pegar o celular e acabou seguida pelo médico. Ele ainda fez ameaças até para o filho dela, de sete anos. A Polícia Militar foi acionada e o ex-secretário acabou preso em flagrante por lesão corporal e ameaça, no âmbito da violência doméstica. A vítima disse que estava com medo e pediu medida protetiva.

Versão do autor - Em depoimento à polícia, Renato disse que estava sentado com a esposa em uma mesa próximo à piscina, quando a mulher começou a acusá-lo de ter causado um acidente de trânsito no dia anterior, propositalmente.

Segundo ele, a vítima insistiu no assunto por diversas vezes e passou a “cravar” a unha e arranhar a sua perna, desferindo chutes. Indagado se havia agredido a médica, disse que apenas a segurou pelo braço e se afastou. Quanto às ameaças que mataria a mulher e o filho dela caso a polícia fosse chamada, respondeu: “jamais”.

Alvo de operação - Renato ficou à frente da Secretaria Municipal de Saúde entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018, durante a gestão Délia Razuk. Ele foi alvo da Operação Purificação, que investigou esquema de corrupção na pasta a qual comandava e chegou a ser preso pela Polícia Federal em novembro de 2019.

O ex-secretário foi condenado em março do ano passado a 11 anos de prisão e devolução aos cofres públicos de valores superiores a R$ 500 mil. Atualmente ele atua em um hospital particular em Corumbá.

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