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Interior

Militares paraguaios ocupam fazenda de narcotraficante brasileiro

Fazenda Quatro Filhos foi confiscada de Jarvis Pavão e virou base da Força Tarefa Conjunta, que combate grupo terrorista

Helio de Freitas, de Dourados | 26/11/2018 09:55
Fazenda Quatro Filhos, a 100 km da fronteira com o Brasil, foi confiscada de Jarvis Pavão (Foto: ABC Color)
Fazenda Quatro Filhos, a 100 km da fronteira com o Brasil, foi confiscada de Jarvis Pavão (Foto: ABC Color)

Militares paraguaios da FTC (Força Tarefa Conjunta) ocuparam no fim de semana a fazenda Quatro Filhos, que pertencia ao narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão. A ordem partiu do presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez após a fazenda ser confiscada por ordem judicial e incluída no patrimônio do Estado paraguaio.

Localizada a 20 km da cidade de Iby Yaú e a 100 km da fronteira com o Brasil, a fazenda era usada como base para o tráfico de cocaína. No dia 16 de agosto de 2007, 117 quilos da droga foram apreendidos na estância, considerada de luxo, com instalações de alto padrão.

Jarvis Pavão foi extraditado para o Brasil em dezembro do ano passado e atualmente está no Presídio Federal de Mossoró (RN) após cumprir oito anos de prisão por lavagem de dinheiro no Paraguai. Em território brasileiro, está condenado a 25 anos por tráfico.

Após visitar a região norte do Paraguai, Mario Benítez determinou ao Comando de Operações de Defensa Interna a transformação da fazenda em uma base permanente da FTC.

O objetivo é facilitar o trabalho da força tarefa no combate ao grupo terrorista EPP (Exército do Povo Paraguaio), que na semana passada matou um comerciante brasileiro em uma área de retirada de madeira, entre os departamentos de San Pedro e Amambay. O local onde o brasileiro foi morto fia a 80 quilômetros da Estância Quatro Filhos.

Capangas fugiram – Fontes da Força Tarefa Conjunta informaram ao jornal ABC Color que capangas responsáveis em vigiar a fazenda fugiram quando os militares chegaram ao local.

Na fazenda foram encontrados vários carregadores e munições para fuzis AK-47 e M4. Vacas e cavalos também estavam na propriedade. Policiais paraguaios afirmam que a fazenda continuava sendo usada para o tráfico de cocaína e maconha mesmo após a extradição de Pavão.

Em fevereiro deste ano, um avião usado para transporte de drogas teria caído ao tentar pousar na fazenda, mas foi removida para uma propriedade vizinha.

O governo paraguaio tentava há anos tomar posse da fazenda, mas a advogada de Pavão, Laura Casuso, conseguiu protelar o confisco através de recursos judiciais. Com o assassinato de Laura, no dia 12 deste mês em Pedro Juan Caballero, o traficante brasileiro ficou sem representante no Paraguai.

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