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Interior

MPF abre inquérito para investigar a morte de indígenas em MS

Procurador dá prazo de 20 dias para que a Polícia Civil forneça informações da morte de outros dois indígenas

Marcos Tenório | 23/11/2022 19:49
Enterro do indígena Vito Fernandes, de 42 anos, morto em conflito em área da Fazenda Borda da Mata. (Foto: Helio de Freitas)
Enterro do indígena Vito Fernandes, de 42 anos, morto em conflito em área da Fazenda Borda da Mata. (Foto: Helio de Freitas)

O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar o homicídio do indígena Vito Fernandes, de 42 anos, durante um confronto entre a Polícia Militar e indígenas em Amambai. Ainda solicitou para a Polícia Civil, que forneça informações sobre o andamento das investigações das mortes de Márcio Rosa Moreira e Vitorino Sanches.

O procurador da república Marcelo José da Silva detalha na portaria expedida na última segunda-feira (21). "Apurar e acompanhar o conflito entre indígenas da aldeia Amambai e as forças policiais locais, durante suposta retomada de terras, ocorrido nas proximidades, adotando-se eventuais medidas administrativas e/ou cíveis que porventura se fizerem necessárias", diz.

Além da abertura do inquérito, o procurador ainda dá prazo de 20 dias para que a Polícia Civil forneça informações da morte de outros dois indígenas em Amambai, Márcio Rosa Moreira e Vitorino Sanches.

Vito Fernandes foi morto durante confronto com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em junho deste ano. Já o indígena guarani-kaiowá Márcio Moreira, que morreu em julho, estava trabalhando em uma obra quando foi atingido por dois tiros.

O líder indígena Vitorino Sanches, de 60 anos, foi morto por pistoleiros em Amambai. O atentado foi o segundo que o indígena Guarani-Kaiowá sofreu em pouco mais de um mês.

Na portaria, o órgão aponta que pretende acompanhar o conflito entre indígenas e forças policiais em Amambai, durante a suposta retomada de terras. O MPF descreve no documento que pretende obter as informações para instauração de inquérito policial visando apurar os homicídios de Vito, Márcio e Vitorino, além de lesões sofridas por outros indígenas durante o conflito. Adotando-se eventuais medidas administrativas ou cíveis que porventura se fizerem necessária.

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