MPF abre inquérito para investigar a morte de indígenas em MS
Procurador dá prazo de 20 dias para que a Polícia Civil forneça informações da morte de outros dois indígenas
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar o homicídio do indígena Vito Fernandes, de 42 anos, durante um confronto entre a Polícia Militar e indígenas em Amambai. Ainda solicitou para a Polícia Civil, que forneça informações sobre o andamento das investigações das mortes de Márcio Rosa Moreira e Vitorino Sanches.
O procurador da república Marcelo José da Silva detalha na portaria expedida na última segunda-feira (21). "Apurar e acompanhar o conflito entre indígenas da aldeia Amambai e as forças policiais locais, durante suposta retomada de terras, ocorrido nas proximidades, adotando-se eventuais medidas administrativas e/ou cíveis que porventura se fizerem necessárias", diz.
Além da abertura do inquérito, o procurador ainda dá prazo de 20 dias para que a Polícia Civil forneça informações da morte de outros dois indígenas em Amambai, Márcio Rosa Moreira e Vitorino Sanches.
Vito Fernandes foi morto durante confronto com a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, em junho deste ano. Já o indígena guarani-kaiowá Márcio Moreira, que morreu em julho, estava trabalhando em uma obra quando foi atingido por dois tiros.
O líder indígena Vitorino Sanches, de 60 anos, foi morto por pistoleiros em Amambai. O atentado foi o segundo que o indígena Guarani-Kaiowá sofreu em pouco mais de um mês.
Na portaria, o órgão aponta que pretende acompanhar o conflito entre indígenas e forças policiais em Amambai, durante a suposta retomada de terras. O MPF descreve no documento que pretende obter as informações para instauração de inquérito policial visando apurar os homicídios de Vito, Márcio e Vitorino, além de lesões sofridas por outros indígenas durante o conflito. Adotando-se eventuais medidas administrativas ou cíveis que porventura se fizerem necessária.