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Interior

Mulher tem cesárea negada 5 vezes e bebê morre ainda na barriga

Exame de ultrassonografia mostrou perda de liquido amniótico e cesárea foi recomendação de médico

Ana Paula Chuva | 16/07/2021 10:09
Denise posa para foto segurando a barriga (Foto: Arquivo pessoal)
Denise posa para foto segurando a barriga (Foto: Arquivo pessoal)

Denise Boneti Nascimento de Luz, 19 anos, amarga a dor da perda de seu bebê que estava prestes a nascer. Ela acusa o Hospital Regional Doutor Estácio Muniz, em Aquidauana, cidade a 139 km de Campo Grande, de negar cesárea por cinco vezes.

Ao Campo Grande News, Denise contou que após um exame de ultrassonografia foi informada de que teria que fazer uma cesárea para retirada do pequeno Henrique pois tinha perdido liquido amniótico. No dia 30 de junho então ela foi até o hospital, mas disseram que ela teria o seu filho por parto normal.

"Eu estava de 39 semanas então fui para o hospital e disseram que não fariam a cesárea, e no dia seguinte me mandaram para casa. Eu sentia muitas dores e então procurei o hospital ainda outras três vezes e sempre me mandavam embora", relatou.

No último domingo (11), a mulher percebeu que o bebê não mexia mais dentro da barriga e decidiu ir mais uma vez ao hospital, mas teve o parto negado mais uma vez.

"Eu cheguei e falei para a médica que não sentia meu filho mexendo. Ela fez o ultrassom e viu que ainda tinha batimentos cardíacos e mesmo que eu estivesse com muita dor, não havia dilatação então ela me mandou embora outra vez", contou.

Dois dias depois, ela então voltou até o local com um encaminhamento da médica que a acompanhou durante o pré-natal para tentar novamente a cesárea e descobriu que o bebê já estava morto.

"Eu estava com dores muito fortes, mas quando cheguei lá e me examinaram, viram que o meu bebê já estava morto.  Não acharam os batimentos dele e então fizeram a cesárea. Me disseram que ele morreu de entre segunda e terça",  disse Denise.

Denise teve alta na quinta-feira (15), depois de passar pelo procedimento para retirada do bebê e disse ainda estar se recuperando para conseguir forças e denunciar o caso às autoridades competentes.

"Ainda estou sem chão. Estou arrasada. Sem chão. Era meu primeiro filho, mas vou sim denunciar às autoridades o que fizeram comigo", desabafou a mulher.

Em nota, a direção do Hospital Regional informou que lamenta a situação e que já está investigando o caso e que ainda é cedo para qualquer manifestação técnica.

"A Direção do Hospital Regional Dr. Estácio Muniz reitera seu profundo pesar e solidariedade à família. Diante da tragédia que reveste esta morte prematura, e para que não restem dúvidas quanto às práticas adotadas neste episódio, a diretora Claudia Nascimento informa que, já determinou a apuração dos fatos ocorridos em relação ao atendimento da paciente e seu recém-nascido. No presente momento ainda é prematuro qualquer manifestação técnica e clínica até a efetiva apuração dos fatos", diz a nota.

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