Paraguai quer vasculhar bens de promotora de Justiça que teve marido preso
Alvo é patrimônio de Katia Uemura e do advogado Daniel Montenegro, ligado a Jarvis Pavão
O patrimônio da promotora de Justiça do Paraguai Katia Estela Uemura Montenegro e do marido dela, o advogado Daniel Montenegro Menezes, vai ser vasculhado pela Controladoria Geral da República daquele país. A suspeita é de enriquecimento ilícito. Katia Uemura e Daniel moram e atuam profissionalmente em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).
Na segunda-feira (10), Daniel Montenegro foi preso no âmbito da Operação Pavo Real, deflagrada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) contra a organização criminosa comandada pelo narcotraficante sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, conhecido como “Barão das Drogas”.
Assim como outras 40 pessoas denunciadas pelo Ministério Público do Paraguai e alvos da operação, o advogado é acusado de integrar a rede montada pelo Clã Pavão para lavar dinheiro e ocultar o patrimônio adquirido com o lucro do tráfico de cocaína,
Nesta quinta-feira (13), a Controladoria Geral da República informou que mandou requerimento à Corte Suprema de Justiça cobrando informações e documentos sobre todos os bens do casal. O pedido precisa ser atendido no prazo de 10 dias.
Em nota dirigida ao presidente da Corte César Diesel, o controlador geral da República Camilo Benítez cobrou o envio de informações referentes a imóveis registados, arrendados, alugados ou repassados a terceiros, de janeiro de 2008 até agora. O objetivo é comparar se os rendimentos da promotora são compatíveis com seu patrimônio.
Daniel Montenegro é uma das oito pessoas que seguem presas. Ele está recolhido na Penitenciária Nacional de Tacumbú, assim como Adrián Rolando Brizuela Olmedo, Alfredo Duarte Montiel, Jorge Fernando Mora e Carlos Andrés Oleñik Memmel.
Gabriela Esther González Jacquet, Nancy del Carmen Alfonzo Prieto e María Cristina González Ibarra estão no presídio feminino Bom Pastor, na capital Asunción. Lilian Haydée Ayala da Silva, Raquel Amaro Fernández, Renán Gilberto Mora Benítez e Pedro Pablo Seal Melgarejo estão em prisão domiciliar.
Katia Uemura – Ainda na segunda-feira, Katia Uemura divulgou nota oficial afirmando desconhecer as denúncias que levaram seu marido à prisão e se colocando à disposição dos investigadores.
“Em primeiro lugar, desconheço os fatos atribuídos ao meu cônjuge, o advogado Daniel Montenegro. Nesse sentido, quaisquer suspeitas que possam existir em relação a ele não têm relação comigo, nem com a linha de trabalho na qual atuo”, afirmou. Pelo menos até agora, a promotora não é investigada na Operação Pavo Real. Ela integra o Ministério Público do Paraguai há 19 anos.
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