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Interior

Operação busca 32 membros da quadrilha de Jarvis Pavão, um dos reis do tráfico

Mandados estão sendo cumpridos em três departamentos, entre eles Amambay, na fronteira com MS

Helio de Freitas, de Dourados | 10/07/2023 08:09

A Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai deflagrou nesta segunda-feira (10) a Operação Pavo Real, contra a organização criminosa comandada pelo sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão. Considerado um dos maiores traficantes da América do Sul, ele está recolhido no presídio federal de Brasília.

Ainda durante a madrugada, equipes da Senad foram às ruas para cumprir simultaneamente 30 mandados de busca e 32 de prisão nos departamentos (equivalentes a estados) de Concepción, Central, na capital Asunción e Amambay. Um dos alvos é o Frontera Palace Hotel, localizado em Pedro Juan Caballero, cidade separada por uma rua de Ponta Porã (MS).

Além das prisões, a operação marca o confisco de 11 empresas vinculadas à organização criminosa. Casas de alto padrão e outras propriedades estão sendo vasculhadas. Portões foram arrombados e residências, empresas e propriedades rurais vasculhados (veja as imagens acima).

De acordo com a Senad, o objetivo é desmantelar a rede patrimonial e financeira montada pela organização em quase 30 anos de atuação de Jarvis Pavão no tráfico de cocaína. Os bens que estão sendo confiscados hoje somam 150 milhões de dólares.

Ainda segundo a agência paraguaia, a luta contra o crime organizado teve, ao longo dos anos, Jarvis Pavão como um dos objetivos principais. Através da Equipe Conjunta de Investigação – estabelecida no acordo do Mercosul –, o Paraguai conseguiu mapear toda a rede financeira ligada ao chamado “Barão das Drogas”.

História – Conforme a Senad, Jarvis Gimenes Pavão ingressou no cenário criminoso entre 1994 e 2000, atuando principalmente no narcotráfico e lavagem de dinheiro. Procurado no Brasil, se refugiou no Paraguai e se estabeleceu em Pedro Juan Caballero, de onde manejava o tráfico de drogas a grande escala.

Jarvis Pavão foi, segundo a Senad, a peça-chave para o ingresso da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em território paraguaio. O vínculo começou quando Pavão assumiu a negociação do envio de drogas do país vizinho para o Brasil.

No período em que esteve livre no Paraguai, Jarvis se apresentava como próspero empresário com negócios em vários ramos, entre os quais hotéis, concessionárias de veículos e fazendas.

Em dezembro de 2009, foi preso pela Senad no âmbito da Operação Capricórnio, junto com Carlos Antonio Caballero, o “Capilo”, homem forte do Primeiro Comando da Capital. Entretanto, mesmo atrás das grades, Pavão continuou comandando o envio de grandes quantidades de cocaína para o Rio Grande do Sul.

Ao mesmo tempo, liderava a rede de lavagem de dinheiro instalada em território paraguaio. Imóveis e empresas administradas por “testas-de-ferro”, advogados e cartorários foram rastreados.

A relação dos bens estava em manuscrito encontrado na luxuosa cela ocupada por Pavão em Tacumbú, no Paraguai, antes de sua extradição para o Brasil. Lista semelhante foi encontrada no computador de Luan Pavão, um dos filhos de Jarvis e apontado como seu sucessor.

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