Pela 2ª vez em 60 dias, Justiça nega pedido de liberdade ao PM que matou colega
Em outubro de 2019, o policial militar Izaque Leon matou a tiros o também PM Jurandir Miranda que namorava sua ex-mulher
A Justiça negou novamente o pedido de revogação de prisão feito pela defesa do policial militar Izaque Leon Neves, de 33 anos, acusado de executar, em outubro de 2019, o também PM Jurandir Miranda, de 47 anos, em lanchonete de Aquidauana, distante a 135 quilômetros de Campo Grande. Este é o segundo pedido feito pelos advogados do acusado em 60 dias. A decisão desfavorável ao réu é do juiz Alexandre Antunes da Silva.
No pedido, os advogados alegam que o ato praticado por Izaque ocorreu sob “excludente de ilicitude”, o que ocorre, por exemplo, em caso de necessidade ou legítima defesa.Outro argumento usado pela defesa na tentativa de explicar que os requisitos da prisão preventiva não estavam presentes, o de a ex-esposa de Izaque declarar, em juízo, não sentir medo de ser agredida por ele e também da ficha funcional dele ser excelente.
Conforme a decisão do juiz, o pedido se trata de "mera repetição do anterior", quando a Justiça decidiu pela manutenção da prisão. O magistrado comenta também que, neste período de dois meses entre as solicitações, “nenhum fator que determinou a manutenção da prisão foi alterado”.
Ainda de acordo com a decisão, outro fator determinante para manutenção da prisão é o fato de Izaque ter usado a arma da corporação. Além disso, ele já tinha antecedente criminal, tendo respondido processo militar por ameaças contra a vítima que acabou executando.
Em relação ao depoimento da ex-mulher de Izaque, o juiz reforça que "Existem indicativos mais que suficientes para demonstrar a prisão cautelar também é apta a protegê-la". Isto porque ela teve um relacionamento com a vítima à época do crime.
Outro argumento usado pelo juiz para manter a prisão de Izaque é o fato de o crime ter abalado os "princípios de hierarquia e disciplina" que regem a vida militar. Isto porque causou comoção no efetivo da PM local e do estado e em toda a cidade.
“Sendo a prisão preventiva admitida e estando presentes seus pressupostos e fundamentos, não há que falar em sua revogação ou na concessão da liberdade provisória”, finaliza o juiz.
O caso - o soldado Izaque Leon Neves matou o colega Jurandir Miranda com 7 tiros, em lanchonete na Rua Campo Grande, no Bairro Ovídio Campos, em Aquidauana . Ele teria assassinado o policial por ciúmes de sua ex-mulher, que era atual namorada de Jurandir.
Segundo relatos de testemunhas à polícia, os dois já haviam discutido por diversas vezes e trocado ameaças. Ambos chegaram a sofrer punições militares por causa da rixa.