PF que atropelou três jovens e matou um presta depoimento e é liberado
O policial federal que não teve o nome divulgado, que atropelou três adolescentes e matou Everton da Silva Pessoa, 17, prestou depoimento na manhã de ontem (16) e foi liberado. O caso aconteceu em Naviraí, distante 366 km de Campo Grande, no dia 13 de março.
Conforme o delegado que investiga o caso, Eduardo Lucena, o policial afirmou que no dia do acidente, a rua estava muito escura e que não sabia que tinha atropelado alguém. "Ele disse que não viu ninguém e só sentiu o impacto da batida. Afirmou ainda que achou que tivesse atropelado algum animal ou objeto", alega.
Lucena informa ainda que o policial não prestou socorro, porque viu uma aglomeração de pessoas. "Ele viu muita gente no local e ficou com medo do que pudesse ter acontecido e na dúvida não socorreu os feridos".
O policial negou estar embriagado e conforme o delegado, ele tem CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Após o atropelamento, ele foi para a casa onde estava hospedado e alegou que o carro da Polícia Federal estava com problemas e arrumaria antes de entregar. O homem vai responder o caso em liberdade.
Há imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos no local do atropelamento que vão ajudar nas investigações, que devem ser concluídas em 30 dias. Ainda falta o laudo da perícia, segundo o delegado.
O policial é do Rio de Janeiro, mas estava trabalhando em uma operação em Naviraí. Após prestar depoimento e ser liberado, ele deve retornar ainda hoje ao Rio.
Além de Everton, ficaram feridas no acidente Bianca Pessoa, 18 anos, e uma adolescente de 17. Bianca precisou ser levada à Dourados, onde está internada. As duas jovens se recuperam bem do acidente, segundo familiares.
Acidente - Na madrugada de segunda-feira (13), Everton e mais quatro amigos, seguiam pela avenida Campo Grande, retornando de um show. Ele foi atropelado por um carro, Astra cor preta, veículo descaracterizado da Polícia Federal.
Protesto - Familiares dos três jovens atropelados fizeram um protesto na manhã de ontem na porta da delegacia de Naviraí. As famílias pedem a prisão do policial federal, por acreditarem que esteja havendo algum favorecimento ao policial, já que três dias se passaram desde o acidente e, até então, ele não foi preso.
“Só com conforto de Deus e os amigos da gente para aguentar isso. Porque é muito triste um pai perder um filho nessa idade, por imprudência de uma pessoa, e essa pessoa continuar solta”, disse o pai de Everton, José Antônio Leolino Pessoa, 47 anos.