Polícia deflagra outra operação contra fraudes no Detran, a 4ª em 8 meses
Mandados estão sendo cumpridos nesta quarta em Ponta Porã, Dourados e Campo Grande
A Polícia Civil deflagrou outra operação nesta quarta-feira (12) para cumprir mandados contra suspeitos de participação em fraudes no Detran/MS (Departamento de Trânsito de Mato Grosso do Sul). Em oito meses, é a quarta operação contra o esquema que envolve despachantes e servidores do órgão na regularização de veículos ilegais.
Hoje, estão sendo cumpridos mandados em Campo Grande, Ponta Porã e Dourados. As investigações são conduzidas por policiais da fronteira, com apoio do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).
Em nota, o Detran-MS informou que é mais um desdobramento do trabalho iniciado pela Corregedoria de Trânsito do órgão e posteriormente repassado à Polícia Civil. A operação cumpre mandados de busca e apreensão e pedidos de afastamento determinados pela Justiça.
Segundo o Detran, a investigação foi iniciada pela Corregedoria há cerca de dois anos. Diante dos primeiros indícios de irregularidade e constatada a prática criminosa, o material coletado foi encaminhado à Polícia Judiciária, que abriu inquérito para dar continuidade às investigações.
Através da assessoria, o diretor-presidente do Detran-MS, Rudel Trindade, reafirmou não compactuar com nenhum tipo de irregularidade praticada por servidores do órgão ou agente externo, e que os envolvidos “devem ser punidos com o rigor da lei”.
O Detran informou que além de responderem pelos atos no âmbito da investigação da Polícia Civil, os servidores ativos serão submetidos a procedimentos administrativos.
As operações para desmantelar o esquema começaram em novembro do ano passado, pelo município de Juti. Depois, houve buscas e prisões em Bela Vista e mais recentemente no município de Rio Negro. Em todas essas cidades, o esquema envolvia servidores do órgão.
As fraudes consistiam na regularização do quarto eixo em carretas quando a medida ainda era proibida. O aumento de mais um eixo, que permite levar até mais 1,5 tonelada de carga, só foi autorizado pelo Governo Federal em 2022.
Segundo a polícia, a fraude documental “esquentava” a documentação de veículos que nem precisavam vir a MS e, por tabela, não passavam por vistoria. O esquema consistia numa cadeia criminosa reunindo servidores cooptados no Detran, despachantes, endereços fictícios e agiotas, para esconder a origem do dinheiro.