Policial que "sumiu" com maconha da delegacia é condenado a 12 anos de prisão
Eduardo Luciano Diniz ainda perdeu o cargo de investigador da Polícia Civil
O investigador da Polícia Civil, Eduardo Luciano Diniz, 37 anos, foi condenado a 12 anos e três meses de prisão pelos crimes de tráfico de drogas e peculato, após “sumir” com 173 quilos de maconha da Delegacia de Itaquiraí - distante 410 quilômetros de Campo Grande -, em junho de 2019. O comparsa na empreitada, o sitiante Moisés Lopes Ferreira, 38, teve pena fixada em 15 anos e 7 meses.
Diniz estava preso preventivamente na 3ª Delegacia de Polícia de Campo Grande, e Ferreira detido em presídio de Naviraí.
Segundo autos do processo, o policial civil se apropriou dos 173 kg de maconha, apreendidos pela Polícia Militar e temporariamente acondicionados depósito da Delegacia de Itaquiraí.
Com viatura da Polícia Civil, o investigador levou a erva até o sítio de Moisés Lopes Ferreira, onde deixou a carga apreendida e a substituiu por outra, de qualidade inferior. Na sequência, transportaram até a Delegacia os cerca de 200 kg da maconha trocada.
O crime foi descoberto depois que DGPC (Direção Geral da Polícia Civil) determinou que as delegacias cumprissem portaria que disciplina procedimentos para destruição de drogas ilícitas.
Durante o cumprimento da norma foi percebida diferença entre o que estava armazenado e o relatado em apreensões. A Corregedoria da Polícia Civil foi acionada e, na investigação, apurou que os 559 quilos de maconha apreendidos pela Polícia Militar no dia 8 de junho haviam sido recebidos por Eduardo Luciano Diniz.
No processo, a defesa do investigador alegou que as provas eram insuficientes para fundamentar sua prisão. A representação de Moisés Lopes Ferreira também sustentou fragilidade das evidências e ainda questionou a imparcialidade das testemunhas ouvidas em juízo.
Além dos 12 anos de prisão, que devem ser cumpridos em regime fechado, o juiz substituto Vinicius Aguiar Milani também determinou a perda do cargo de investigador de polícia de Eduardo Luciano Diniz.
O MPMS (Ministério Público Estadual) havia pedido também a condenação de Cristiano da Silva Marques, 32, acusado de ajudar Diniz e Ferreira nos crimes. O magistrado decidiu absolvê-lo.