Em MS, prefeito descarta material do MEC por não concordar com conteúdo
Delegado Cleverson não utiliza mais os livros didáticos do MEC, substituindo-os pelo sistema privado
RESUMO
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O prefeito de Costa Rica (MS) decidiu continuar sem usar os livros didáticos do MEC, alegando que temas como ideologia de gênero e política devem ser tratados pela família, não pelo poder público. A cidade adotou o sistema privado Aprende Brasil, da Positivo, desde 2022, após pais apontarem conteúdos inadequados nos livros federais, embora o prefeito não tenha especificado quais. A adesão ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático do MEC é voluntária, mas os livros são gratuitos para quem participa. A decisão gerou debates sobre a padronização curricular e a autonomia municipal na escolha de materiais.
O prefeito de Costa Rica (MS), Cleverson Alves dos Santos, conhecido como "Delegado Cleverson" (PP), anunciou em um vídeo publicado nas redes sociais que vai continuar não utilizando os livros didáticos do Ministério da Educação (MEC), justificando que "ideologia de gênero, ideologia política, ideologia religiosa, quem tem que cuidar é a família e não o poder público". No entanto, ele não soube especificar quais conteúdos dos materiais federais abordam essas temáticas.
O município não utiliza mais os livros didáticos fornecidos pelo MEC, substituindo-os pelo sistema privado Aprende Brasil, da Positivo. Segundo ele, a decisão foi tomada para evitar conteúdos que considera ideologizados e para garantir que os estudantes tenham acesso a um material que, em sua visão, respeita valores familiares.
A adesão ao Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) do MEC é voluntária, mas os livros distribuídos pelo governo federal são fornecidos gratuitamente para as redes municipais que optam por participar.
Quando um município decide não utilizar os materiais, a prefeitura precisa arcar com os custos da nova metodologia adotada. O prefeito justificou a decisão afirmando que a administração municipal disponibiliza todo o material escolar gratuitamente, incluindo uniformes, mochilas e tablets para a inclusão digital dos alunos.
O Campo Grande News entrou em contato com o prefeito por telefone para entender quais seriam os conteúdos ideologizados nos livros do MEC, mas ele não soube especificar. Apenas afirmou que, desde 2022, a cidade já não utiliza o material federal porque os próprios pais identificaram conteúdos que consideraram inadequados para seus filhos. No entanto, ele não citou quais seriam esses conteúdos.
Ainda conforme o prefeito, o material do governo federal nem chega nas mãos da prefeitura, por isso não é devolvido.
A reportagem também procurou o Ministério da Educação para esclarecer se há algum tipo de monitoramento sobre a substituição do material didático em municípios que rejeitam o PNLD e se há alguma diretriz para o destino dos livros que não são utilizados. O MEC não respondeu à demanda especificamente, apenas enviou uma cópia do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
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