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Interior

Protestos contra PEC aumentam e administrativos da UFGD iniciam greve

Universidade federal tem pelo menos dois mil servidores administrativos, que também protestam contra medidas do governo

Helio de Freitas, de Dourados | 24/10/2016 10:02
Assembleia dos técnicos administrativos da UFGD, hoje de manhã (Foto: Divulgação)
Assembleia dos técnicos administrativos da UFGD, hoje de manhã (Foto: Divulgação)

Pelo menos dois mil técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) iniciaram na manhã de hoje (24) uma greve por tempo indeterminado para pressionar o Congresso Nacional a rejeitar a PEC 241, a Proposta de Emenda Constitucional em votação na Câmara dos Deputados para limitar os gastos do governo federal.

A semana será decisiva para a aprovação da proposta, que já passou pela primeira votação e deve ser votada pela segunda vez nesta terça-feira.

Cleiton Rodrigues, coordenador geral do sindicato dos administrativos da UFGD, disse que uma assembleia ocorre neste momento para definir as ações que serão feitas durante a semana.

De acordo com o Sintef, a greve dos técnicos administrativos das universidades federais ocorre em todo o país. Na UFGD, os servidores decidiram aderir à paralisação na quarta-feira (19).

Debates sobre a PEC – A categoria vai promover debates e formação política sobre os efeitos da PEC para a universidade. Segundo os grevistas, desde 2013 a UFGD sofre com cortes de verbas e com o controle dos gastos do governo a tendência é aumentar a crise financeira da instituição.

“Essa mudança na Constituição prevê que nos próximos 20 anos os investimentos do governo serão congelados. Entende-se que, a partir de 2018, a universidade vai receber o mesmo recurso que pode gastar em 2016. Se houver algum aumento no repasse de verbas, este será no máximo de acordo com a inflação do ano anterior”, afirma o Sintef.

Prejuízo para alunos - Na avaliação dos grevistas, o congelamento vai afetar a qualidade do ensino e afetar as pesquisas e projetos de extensão. “O impacto será sentido não apenas pelos trabalhadores, mas especialmente pelos estudantes que são o principal público do serviço que prestamos”.

O Sintef informou que essa é uma greve diferente, já que faz uma reivindicação política e a pauta não tem a ver com reposição salarial ou benefício específico para a categoria.

“Por isso, mais do que nunca a estratégia de cruzar os braços e paralisar as atividades não será suficiente. É necessário mobilizar a sociedade, e divulgar o que o governo está fazendo com o futuro da saúde e da educação”, diz nota divulgada no site do sindicato.

De acordo com o comando de greve, apenas 30% do serviço administrativo vai funcionar com escala de revezamento definida pelos setores, incluindo pró-reitorias, órgãos administrativos, órgãos suplementares e unidades acadêmicas.

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