Protestos contra PEC aumentam e administrativos da UFGD iniciam greve
Universidade federal tem pelo menos dois mil servidores administrativos, que também protestam contra medidas do governo
Pelo menos dois mil técnicos administrativos da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) iniciaram na manhã de hoje (24) uma greve por tempo indeterminado para pressionar o Congresso Nacional a rejeitar a PEC 241, a Proposta de Emenda Constitucional em votação na Câmara dos Deputados para limitar os gastos do governo federal.
A semana será decisiva para a aprovação da proposta, que já passou pela primeira votação e deve ser votada pela segunda vez nesta terça-feira.
Cleiton Rodrigues, coordenador geral do sindicato dos administrativos da UFGD, disse que uma assembleia ocorre neste momento para definir as ações que serão feitas durante a semana.
De acordo com o Sintef, a greve dos técnicos administrativos das universidades federais ocorre em todo o país. Na UFGD, os servidores decidiram aderir à paralisação na quarta-feira (19).
Debates sobre a PEC – A categoria vai promover debates e formação política sobre os efeitos da PEC para a universidade. Segundo os grevistas, desde 2013 a UFGD sofre com cortes de verbas e com o controle dos gastos do governo a tendência é aumentar a crise financeira da instituição.
“Essa mudança na Constituição prevê que nos próximos 20 anos os investimentos do governo serão congelados. Entende-se que, a partir de 2018, a universidade vai receber o mesmo recurso que pode gastar em 2016. Se houver algum aumento no repasse de verbas, este será no máximo de acordo com a inflação do ano anterior”, afirma o Sintef.
Prejuízo para alunos - Na avaliação dos grevistas, o congelamento vai afetar a qualidade do ensino e afetar as pesquisas e projetos de extensão. “O impacto será sentido não apenas pelos trabalhadores, mas especialmente pelos estudantes que são o principal público do serviço que prestamos”.
O Sintef informou que essa é uma greve diferente, já que faz uma reivindicação política e a pauta não tem a ver com reposição salarial ou benefício específico para a categoria.
“Por isso, mais do que nunca a estratégia de cruzar os braços e paralisar as atividades não será suficiente. É necessário mobilizar a sociedade, e divulgar o que o governo está fazendo com o futuro da saúde e da educação”, diz nota divulgada no site do sindicato.
De acordo com o comando de greve, apenas 30% do serviço administrativo vai funcionar com escala de revezamento definida pelos setores, incluindo pró-reitorias, órgãos administrativos, órgãos suplementares e unidades acadêmicas.