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Interior

Reinaldo chama MPF de tendencioso e diz que polícia protegeu cidadãos

Governador rebateu órgão federal de que Batalhão de Choque da PM fez despejo ilegal em fazenda invadida por índios, em Caarapó

Leonardo Rocha e Helio de Freitas, de Dourados | 29/08/2018 10:58
Reinaldo Azambuja em evento na Famasul, nesta quarta-feira (Foto: Leonardo Rocha)
Reinaldo Azambuja em evento na Famasul, nesta quarta-feira (Foto: Leonardo Rocha)

O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) rebateu o MPF (Ministério Público Federal), que abriu inquérito para investigar a ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar em uma área invadida por índios, no município de Caarapó. Ao participar de ato na Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), nesta quarta-feira (29), Reinaldo chamou o MPF de “tendencioso”.

Para o órgão federal, há indícios de irregularidade na atuação do Choque, já que não havia ordem judicial para reintegração de posse da fazenda Santa Maria, invadida domingo (26).

“A polícia agiu depois que houve boletim de ocorrência de roubo e furto no local. Cabe ao Estado proteger qualquer cidadão”, afirmou o governador. “Não foi uma ação de reintegração de posse. As pessoas estavam sendo vítimas de ação ligada à comunidade indígena que estava furtando e roubando itens no local. A PM agiu dentro da legalidade como faria para qualquer cidadão”.

Segundo o governador, a lei vale para brancos e índios e o Estado apenas cumpriu a lei. “Não temos preocupação em relação ao MPF que, inclusive, é até tendencioso em muitas questões como órgão que busca o equilíbrio ele não pode buscar um lado só e sim a legalidade”.

Entidades de defesa dos povos indígenas acusam a Polícia Militar de retirar os índios à força da fazenda. O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública Antonio Carlos Videira estava no helicóptero que apoio a ação dos policiais em solo.

Policiais do Batalhão de Choque presentes na ação afirmam que os índios já tinham deixado a sede quando a equipe chegou ao local, mas continuam ocupando a fazenda.

Na segunda-feira (27), o Batalhão de Choque deixou a área de conflito e ontem o governo informou que deslocou equipes do DOF (Departamento de Operações de Fronteia) para manter a segurança até a chegada da Força Nacional.

Reinaldo Azambuja disse hoje que já existe um pedido antigo feito ao Ministério da Justiça para o deslocamento de homens da Força Nacional para áreas de conflito entre índios e produtores rurais.

“Aguardamos que eles possam retornar e ficar na área ajudando a diminuir a temperatura, pois não queremos que haja novos conflitos em Mato Grosso do Sul”, disse o governador.

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