"Risco de fuga evidente" mantém réu por lavagem de dinheiro na prisão
Hermógenes Mendes Filho está detido desde dezembro de 2023, na investigação da Operação Sanctus, da PF
O juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini negou liberdade ao empresário Hermógenes Aparecido Mendes Filho, acusado de lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa. O magistrado citou o “risco de fuga evidente”, pela suspeita dele ter ligações "com facção criminosa estabelecida na cidade do Rio de Janeiro" e contatos no Paraguai.
Hermógenes Mendes Filho está preso desde 8 de dezembro de 2023, na investigação da Operação Sanctus, deflagrada pela Polícia Federal. O irmão dele, Ronaldo Mendes Filho, também investigado, está foragido desde aquele período.
O indeferimento do recurso impetrado pelo escritório do advogado Odilon de Oliveira, ex-juiz titular da 3ª Vara Federal, foi publicado hoje no Diário da Justiça. " (...) em que pese o término da instrução processual, subsistem os motivos que ensejaram a decretação da prisão preventiva do réu, especialmente porque, como apontado pelo MPF, há claros indícios de que o acusado tem laços com pessoas no Paraguai", avaliou.
No despacho, o juiz ainda destaque que a prisão é “medida extrema e necessária em virtude da gravidade concreta dos fatos imputados ao acusado”, como a “grandiosidade da estrutura criminosa cuja liderança lhe é atribuída, em tese”. Também fala que Hermógenes, ao lado do irmão, Ronaldo, foragido, é apontado como líder de grande organização criminosa, “especialmente dedicada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”.
Fiorentini cita recursos já negados anteriormente para embasar a rejeição ao recurso.
A reportagem entrou em contato com o advogado Odilon de Oliveira para saber qual a medida a ser tomada e aguarda retorno para atualização do texto.
O caso – Os irmãos Aparecido Mendes e Ronaldo Mendes Nunes são investigados por envolvimento com o tráfico de drogas há pelo menos uma década. Ronaldo chegou a cumprir pena pelo crime.
Os dois seriam ligados a facções criminosas e prosperaram em Dourados, se tornando donos de empresas de transporte, restaurante de luxo, propriedades rurais, casas de alto padrão e até cobertura em condomínio no centro de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.
A Justiça Federal aceitou, em abril deste ano, a denúncia contra Hermógenes e mais sete pessoas. De acordo com a defesa, o empresário responde por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
No entanto, a 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande rejeitou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) por tráfico transnacional de drogas e associação para o tráfico, relativamente a flagrante no Rio de Janeiro.
Segundo o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, a decisão é por “incompetência territorial” e “desnecessidade de unidade de processamento”.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.