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Interior

"Risco de fuga evidente" mantém réu por lavagem de dinheiro na prisão

Hermógenes Mendes Filho está detido desde dezembro de 2023, na investigação da Operação Sanctus, da PF

Por Silvia Frias | 24/07/2024 12:07
Hermógenes Aparecido Mendes Filho está preso desde dia 8 de dezembro de 2023 (Foto/Reprodução)
Hermógenes Aparecido Mendes Filho está preso desde dia 8 de dezembro de 2023 (Foto/Reprodução)

O juiz da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini negou liberdade ao empresário Hermógenes Aparecido Mendes Filho, acusado de lavagem de dinheiro e integrar organização criminosa. O magistrado citou o “risco de fuga evidente”, pela suspeita dele ter ligações "com facção criminosa estabelecida na cidade do Rio de Janeiro" e contatos no Paraguai.

Hermógenes Mendes Filho está preso desde 8 de dezembro de 2023, na investigação da Operação Sanctus, deflagrada pela Polícia Federal. O irmão dele, Ronaldo Mendes Filho, também investigado, está foragido desde aquele período.

O indeferimento do recurso impetrado pelo escritório do advogado Odilon de Oliveira, ex-juiz titular da 3ª Vara Federal, foi publicado hoje no Diário da Justiça. " (...) em que pese o término da instrução processual, subsistem os motivos que ensejaram a decretação da prisão preventiva do réu, especialmente porque, como apontado pelo MPF, há claros indícios de que o acusado tem laços com pessoas no Paraguai", avaliou.

No despacho, o juiz ainda destaque que a prisão é “medida extrema e necessária em virtude da gravidade concreta dos fatos imputados ao acusado”, como a “grandiosidade da estrutura criminosa cuja liderança lhe é atribuída, em tese”. Também fala que Hermógenes, ao lado do irmão, Ronaldo, foragido, é apontado como líder de grande organização criminosa, “especialmente dedicada ao tráfico de drogas e lavagem de dinheiro”.

Fiorentini cita recursos já negados anteriormente para embasar a rejeição ao recurso.

A reportagem entrou em contato com o advogado Odilon de Oliveira para saber qual a medida a ser tomada e aguarda retorno para atualização do texto.

O caso – Os irmãos Aparecido Mendes e Ronaldo Mendes Nunes são investigados por envolvimento com o tráfico de drogas há pelo menos uma década. Ronaldo chegou a cumprir pena pelo crime.

Os dois seriam ligados a facções criminosas e prosperaram em Dourados, se tornando donos de empresas de transporte, restaurante de luxo, propriedades rurais, casas de alto padrão e até cobertura em condomínio no centro de Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

A Justiça Federal aceitou, em abril deste ano, a denúncia contra Hermógenes e mais sete pessoas. De acordo com a defesa, o empresário responde por lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No entanto, a 3ª Vara da Justiça Federal em Campo Grande rejeitou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) por tráfico transnacional de drogas e associação para o tráfico, relativamente a flagrante no Rio de Janeiro.

Segundo o juiz Luiz Augusto Iamassaki Fiorentini, a decisão é por “incompetência territorial” e “desnecessidade de unidade de processamento”.

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