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Interior

Santa Casa de Corumbá reconhece a falta de UTI Neonatal na maternidade

Durante “sabatina”, diretoria diz que todas os bebês que precisavam do atendimento foram transferidos

Por Kamila Alcântara | 09/04/2024 14:46
Bebê sendo transportado em incubadora em hospital de Campo Grande. (Foto: Divulgação maternidade)
Bebê sendo transportado em incubadora em hospital de Campo Grande. (Foto: Divulgação maternidade)

Após o registro de cinco mortes de bebês recém-nascidos só este ano, a diretoria da Santa Casa de Corumbá reconhece a necessidade do investimento na criação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal na maternidade. A pauta foi abordada durante “sabatina” na Câmara dos Vereadores do município, que pedia mais esclarecimentos sobre o serviço prestado, realizado na última segunda-feira (8).

Desde o começo do ano, o Campo Grande News reporta as mortes na maternidade. Um deles tinha apenas 26 semanas de gestação, Arthur passou por duas paradas cardíacas até conseguir ser transferido para a Capital. Em março, Luana Guimarães passou dias pedindo para realizar a cesária e trazer Téo ainda com vida, mas isso não aconteceu.

Com tantos casos, a 2ª Promotoria de Justiça de Corumbá, do promotor Pedro de Oliveira Magalhães, abriu inquérito para investigar os casos de mortes maternas e de recém-nascidos na maternidade. Pela portaria de início, a verificação visa “apurar eventuais falhas na prestação dos serviços públicos de saúde (e danos morais coletivos) pelos óbitos ocorridos em circunstâncias semelhantes, possivelmente devido à ausência de UTI mista (Neonatal + Pediátrica)”.

Segundo reportagem do Diário Corumbaense, estavam na reunião o presidente da Junta Interventora Administrativa da Santa Casa de Corumbá, Milton Carlos de Melo, e o diretor-clínico do hospital, Eduardo Lasmar Pacheco. Apresentando números, a diretoria diz que houve redução das mortes de bebês nos últimos anos, já que a média de óbitos oito anos atrás era de 40. Teve uma redução gradativa e em 2023 fechou com 18, chegando aos cinco deste ano.

Na oportunidade, Milton Carlos disse que o correto é não ter nenhum, que o custo para se implantar uma UTI Neonatal não paga a vida de uma criança, e que é preciso investir nisso. Ressaltou que existem fatores que levam ao óbito, como rompimento de placenta, mãe que não fez o pré-natal ou que é diabética, criança que nasce com uma anomalia, entre outros fatores.

Além disso, o presidente reforçou que o local não tem UTI, mas não acredita que crianças tenham morrido após o nascimento por falta de setor. “Todas foram, quando necessário, transportadas para Campo Grande”, ressaltou para, em seguida, lembrar estatística do Ministério da Saúde sobre óbitos de nascidos vivos, inclusive em Campo Grande onde existem várias UTIs Neonatal..

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