Sem dinheiro, prefeita mobiliza base para Câmara devolver R$ 4 milhões
Sobras do duodécimo podem amenizar crise que ameaça até mesmo o 13º salário dos servidores municipais de Dourados
Antes vista como uma “boa ação” de um Poder para outro, a devolução das sobras do duodécimo, o repasse constitucional feito todo mês pelo Executivo ao Legislativo, virou “tábua de salvação” em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
Escalonando o pagamento da folha pelo terceiro mês seguido e com dificuldade para pagar o 13º salário do funcionalismo, a prefeita Délia Razuk (PR) mobilizou a base aliada na Câmara para tentar convencer a presidente da Casa Daniela Hall (PSD) a antecipar a devolução, de preferência antes do dia 20 deste mês.
Em documento encaminhado ao Legislativo, a prefeita pediu R$ 4 milhões de volta. O duodécimo é calculado com base na arrecadação do município. Em Dourados, a Câmara, com 19 vereadores, recebe em média R$ 1,8 milhão por mês.
O segundo-secretário da Câmara, Cirilo Ramão, que faz parte da tropa de choque de Délia Razuk, disse hoje (12) ao Campo Grande News que existe um lobby forte da base aliada da prefeita para Daniela Hall devolver logo as sobras. “Já está na sangria da sangria, o pessoal precisa receber, está com salário escalonado. Acreditamos que ainda nesta semana ela [presidente da Câmara] vai devolver”.
Através da assessoria de imprensa, Daniela Hall informou nesta terça-feira que a decisão quanto à data para a devolução cabe a ela e que “ainda não deliberou” sobre o assunto. A presidente do Legislativo integra a oposição à prefeita na Câmara.