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Interior

STF revoga prisão e boliviana investigada por tragédia da Chape será libertada

Célia está presa no Estabelecimento Penal Feminino de Corumbá

Adriano Fernandes | 29/03/2022 19:58
Boliviana, Celia Castedo Monastério, que está presa em Corumbá. (Foto: Arquivo)
Boliviana, Celia Castedo Monastério, que está presa em Corumbá. (Foto: Arquivo)

A ex-controladora de voo boliviana, Celia Castedo Monastério, teve a prisão revogada pelo STF (Supremo Tribunal FederaL). Ela está encarcerada no Estabelecimento Penal Feminino de Corumbá, a 428 quilômetros de Campo Grande. Celia era controladora de voo da Aasana (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea) da Bolívia e é acusada de ter fraudado plano de voo e deixado de observar os requisitos procedimentais mínimos para que ele fosse aprovado no dia 28 de novembro de 2016. O voo transportava a delegação do time da Chapecoense, que caiu na Colômbia, matando 71 pessoas.

Ao portal Diário Corumbaense, o advogado de Celia, Armando da Silva Souza, que atua em Goiânia, informou que entrou com o pedido de liberdade no STF e o ministro, André Mendonça, decidiu pela soltura, com imediata expedição do alvará, na tarde desta terça-feira (29). Célia deve ser liberta até esta quarta-feira (30).

“A Bolívia não respondeu às interpelações do Brasil sobre a extradição. O ministro André Mendonça determinou arquivamento do processo de extradição por perda superveniente do objeto. O estado (boliviano) ficou inerte, nada fez, foi intimado várias vezes. Agora, ela está sendo colocada em liberdade e não haverá nenhuma restrição para cumprir, como por exemplo, uso de tornozeleira eletrônica. Celia não deve ficar em Corumbá, ela terá que se apresentar na Bolívia, mas cabe à defesa dela naquele País acompanhar a situação", explicou Armando Souza.

Celia responde pela suposta prática de crimes de atentado à segurança dos meios de transporte e descumprimento do dever, pela queda da aeronave em Cerro El Gordo, na Colômbia, da empresa LaMia, em 29 de novembro de 2016, que transportava os jogadores da Chapecoense, tripulação, entre outros passageiros. Em razão da acusação, Celia foi incluída na lista da Difusão Vermelha pelo Escritório Central Nacional da Interpol em La Paz, Bolívia.

No entanto, a defesa alegou no pedido de revogação da prisão que Célia "não é inspetora, não é uma autoridade e não é uma especialista em segurança de voo pela Administração de Aeroportos e Serviços ao Trajeto Aéreo Boliviana (AASANA). Contudo importa destacar que era tão somente uma simples funcionária de apoio, não tendo conhecimentos das características do avião, e não possuía competência para trocar ou modificar planos de voos”.

Celia foi presa em 23 de setembro de 2021 pela Polícia Federal. Ela vivia na cidade, que faz fronteira com a Bolívia, desde dezembro de 2016, quando teve pedido de refúgio aceito pela Justiça brasileira, após justificar que na Bolívia passou a ser perseguida após declarações sobre o acidente com o time brasileiro da Chapecoense.

A estrangeira foi acusada de ser responsável pela análise e aprovação do plano de voo da aeronave, que em novembro de 2016, por volta das 22h57, caiu ao se aproximar do aeroporto internacional José Maria Cordova, em Rio Negro, a poucos quilômetros da cidade de Medelín, na Colômbia, onde a equipe brasileira disputaria o jogo de ida da final do Sul-americano de futebol.

O avião com a equipe técnica da Chapecoense se chocou com o monte conhecido como Cerro El Gordo, de 2.600 metros de altitude. Setenta e uma pessoas morreram na tragédia, sendo 19 jogadores da Chapecoente e 20 jornalistas. -

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