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Interior

Um ano depois, dois envolvidos em assalto a advogado continuam foragidos

Policial federal que matou o amigo pensando ser um dos assaltantes responde por homicídio, mas julgamento ainda não foi marcado

Helio de Freitas, de Dourados | 04/11/2015 15:54
Márcio Alexandre dos Santos foi morto pelo amigo durante assalto na madrugada de 25 de outubro do ano passado (Foto: Arquivo)
Márcio Alexandre dos Santos foi morto pelo amigo durante assalto na madrugada de 25 de outubro do ano passado (Foto: Arquivo)

No dia 25 de outubro fez um ano da morte do advogado Márcio Alexandre dos Santos, 36, ocorrida em Dourados, a 233 km de Campo Grande, durante assalto. Quatro bandidos roubaram a caminhonete dele, uma Toyota Hilux SW4, e ao reagir ao assalto o policial federal Marcello Portela da Silva, amigo do advogado, matou Márcio Alexandre com oito tiros, supostamente por confundi-lo com um dos assaltantes.

Um ano depois da trágica madrugada na antevéspera das eleições, o caso ainda está longe de uma solução. Dos quatro acusados pelo roubo, um foi condenado, um absolvido e dois nunca foram localizados pela polícia e por isso o processo contra eles está suspenso.

Já o processo pela morte do advogado ainda está em andamento e não existe certeza se o policial federal, embora denunciado pelo Ministério Público, irá a júri popular. Portela e o advogado passaram o dia bebendo juntos e foram assaltados quando voltavam para casa.

Márcio usava roupas parecidas com as de um dos assaltantes, o que teria confundido o policial, que atirou oito vezes no amigo, mesmo após ele cair no chão ferido. Até um dos assaltantes achou que o homem caído era um dos cúmplices, segundo os depoimentos ao longo do processo.

O advogado Felipe Casuo Azuma, assistente da acusação, disse ao Campo Grande News que uma audiência está agendada para o dia 16 deste mês, para interrogatório de Marcello Portela. Nesse dia o Judiciário deve decidir se o caso será ou não julgado pela sociedade, como acontece quando se trata se crime contra a vida.

Condenado – Isaque Daniel Gonçalves Baptista, 23, o “Carioca”, que estava armado com um revólver calibre 22 e foi ferido na barriga por dois tiros disparados pelo policial federal, foi o único condenado até agora pelo assalto.

Em julho deste ano, o juiz da 2ª Vara Criminal, Marcus Vinícius de Oliveira Elias, condenou Isaque a sete anos e quatro meses de prisão. Emerson Antunes Machado, 22, o “Alemão”, que estava junto com os outros três acusados e que também havia sido denunciado pelo Ministério Público, foi absolvido. Ele ficou onze meses preso e ganhou a liberdade após a absolvição.

Isaque Baptista pegou uma pena mais leve do que a prevista na denúncia do MP. O juiz acolheu o pedido da defesa e desclassificou a denúncia de latrocínio para roubo majorado. Já Emerson Machado escapou por Isaque afirmar que ele não tinha conhecimento do assalto.

Processo suspenso – Outros dois acusados de envolvimento no assalto contra o advogado – Ângelo Ramão Bardão Rocha, o “Gordinho”, e Aldair Barbosa Souza, o “Bruno” – nunca foram encontrados pela polícia e são considerados foragidos.

O processo contra eles foi desmembrado e no dia 29 de setembro deste ano o juiz da 2ª Vara suspendeu o processo e determinou o arquivamento dos autos até que os dois sejam localizados.

Gordinho, que tinha aparência física semelhante ao advogado e usava roupas parecidas naquele dia, ajudou diretamente no roubo e levou a caminhonete para o Paraguai. Foi ele que tirou o advogado da cabine e assumiu a direção do veículo. Na mesma madrugada levou a caminhonete para o Paraguai. Aldair era dono do Gol dourado usado no assalto.

Reconstituição do crime comprovou que policial federal disparou os oito tiros que mataram advogado (Foto: Arquivo)
Reconstituição do crime comprovou que policial federal disparou os oito tiros que mataram advogado (Foto: Arquivo)
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