UPA fica sem médico no fim de semana e pacientes são removidos para hospital
Prefeitura afirma que problema foi pontual, mas admite dificuldade em contratar profissionais
No moimento mais crítico da pandemia de covid-19 no Brasil, a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Dourados (a 233 km de Campo Grande) ficou sem médico no fim de semana. Pacientes internados provisoriamente na unidade, localizada na Rua Coronel Ponciano, tiveram de ser removidos para o Hospital da Vida.
A falta de médicos no fim de semana foi informada com antecedência pelo diretor técnico da UPA Pedro Corral Tacaci Garcia do Amaral, mas o problema não foi resolvido a tempo.
Em ofício assinado ontem, ele afirma que a UPA enfrenta “gravíssimo” problema de falta de médicos. “Não possuímos nenhum médico na escala no período noturno. Esse diretor técnico que vos escreve está de plantão 12 horas durante o dia na Upa e tem plantão à noite na UTI Covid no Hospital da Vida, não sendo possível permanecer na unidade”, afirma Pedro do Amaral.
O médico continua: “é com profunda tristeza que informo que esta unidade não prestará atendimento médico a partir das 19h do dia 2 até às 7h do dia 3 [hoje] por falta de profissionais”.
Sem nenhum médico de plantão, a chefia da UPA teve de determinar a remoção dos pacientes internados no local para o Hospital da Vida. O número não foi informado.
Pedro do Amaral informou que o problema foi relatado ao CRM (Conselho Regional de Medicina), ao Ministério Público Estadual, à Defensoria Pública, ao diretor-presidente da Funsaud (Fundação de Serviços de Saúde – que administra a UPA – ao Samu (Serviço Móvel de Urgência), ao Corpo de Bombeiros, ao secretário de Saúde Edvan Marcelo Morais Marques e ao prefeito Alan Guedes (PP).
Ao Campo Grande News, a prefeitura confirmou a falta de médicos na UPA e informou ter sido problema pontual, já resolvido. “Hoje o atendimento na UPA voltou à normalidade. Foi uma situação pontual no domingo, das 19h às 7h de hoje”, afirmou o chefe da comunicação da prefeitura, Ginez Cesar.
“A direção da Funsaud informa que está em tratativas administrativas para recompor integralmente a escala. Existe sim uma dificuldade de preencher todas as escalas. Existe também uma escassez de profissionais para os plantões por conta da demanda regional. As cidades estão disputando profissionais”, declarou o jornalista.
Presidida por Jairo José de Lima, a Funsaud administra a UPA e o Hospital da Vida. A fundação enfrenta grave crise financeira devido ao colapso deixado pela administração da ex-prefeita Délia Razuk.