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Cidades

Máquina que suga Aedes é recusada e “mosquito do bem” segue em estudo

No começo de 2015, no vale-tudo diante da epidemia, foram testadas novas armas contra o mosquito

Aline dos Santos | 06/01/2017 09:52
Mosquito modificado geneticamente é arma biológica contra doenças. (Foto: Oxitec)
Mosquito modificado geneticamente é arma biológica contra doenças. (Foto: Oxitec)

Das novas tecnologias contra o Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e febre chikungunya – , a máquina que engole as fêmeas foi descartada por “preferir” o vetor da leishmaniose, enquanto a versão transgênica do Aedes ainda é avaliada pela SES (Secretaria Estadual de Saúde).

No começo de 2015, no vale-tudo diante da epidemia a população recorreu a plantas caseiras, já o poder público abriu as portas da Sala de Situação, montada no Parque dos Poderes, para as novas armas contra o mosquito.

“Permitimos a apresentação de todas as experiências com novas tecnologias”, afirma o coordenador estadual de Controle de Vetores, Mauro Lúcio Rosário. Segundo ele, todo contato é precedido pela informação de que o governo não tem interesse na compra, mas, a depender do resultado, pode indicar o equipamento aos municípios.

Segundo Mauro, cabe à Secretaria de Saúde a compra de máquinas do fumacê e de bomba costal. “Mas, se fosse uma máquina revolucionária, talvez o Estado poderia solicitar a compra de alguma”, diz.

Instaladas para sugar as fêmeas do Aedes, responsáveis pela picada que transmite a doença, as máquinas acabaram sugando mais flebótomos, que transmite a leishmaniose. “A máquina funcionou sim, mas não conforme o desejado. Capturou mais mosquitos flebotomíneos e não é esse o objetivo. Temos outros equipamentos para o flebótomo e a nossa necessidade é o Aedes”, afirma o coordenador.

Foram testados dois equipamentos em Campo Grande. Com custo de R$ 10 mil, o primeiro usa ácido lático – composto orgânico produzido pelo corpo humano – para atrair o vetor. Já o segundo, com custo de R$ 600, utiliza lâmpada e também ondas sonoras (perceptíveis apenas para o mosquito).

Máquina que suga fêmeas do Aedes  aegypti  foi mais eficaz com vetor da leishmaniose.  (Foto: Fernando Antunes)
Máquina que suga fêmeas do Aedes aegypti foi mais eficaz com vetor da leishmaniose. (Foto: Fernando Antunes)

Mosquito do Bem – Um opção ainda em análise é a versão transgênica do mosquito Aedes aegypti. “Estamos sondando. Existem vários tipos de análise, não somente do mosquito, mas o impacto no meio ambiente”, afirma Mauro.

Os mosquitos são liberados no meio ambiente, copulam com as fêmeas, mas devido a sua genética alterada em laboratório, os filhotes não passarão do estágio de larvas.

“É uma boa arma biológica. Não agride o meio ambiente, não precisa de inseticida e a gente teria a redução do mosquito”, diz.

Mato Grosso do Sul registrou 59.874 casos de dengue em 2016. Em relação a 2015, o crescimento foi de 29,9%. Naquele ano, fora, 46.070 casos notificados da doença. Já o zika vírus teve 348 casos confirmados em 2016 no Estado.

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