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Cidades

Mosquito transgênico pode ter custo médio de R$ 40 mil por mês

Flávia Lima | 20/01/2016 13:47
Claudio Fernandes, da Oxitec, explica a técnicos da Secretaria de Saúde, como são calculados os gastos com a tecnologia.
Claudio Fernandes, da Oxitec, explica a técnicos da Secretaria de Saúde, como são calculados os gastos com a tecnologia.

Durante explicação sobre a tecnologia dos mosquitos transgênicos no combate à dengue para os técnicos da Secretaria de Estado de Saúde, nesta quarta-feira (20), o gerente de Negócios da empresa Oxitec, Cláudio Fernandes, disse que o custo para implantar o projeto em uma determinada área selecionada pelo poder público é de pelo menos R$ 2,50 mensais por habitante. Levando em conta a população de algumas regiões com alta incidência do inseto, a novidade ficaria na faixa dos R$ 40 mil por mês ao poder público de Mato Grosso do Sul.

Ele ressaltou que o total de mosquitos soltos na área delimitada, também depende do número de habitantes que residem na região, mas o cálculo médio é de que é preciso soltar entre 100 e 200 mosquitos machos por habitante. Como o mosquito modificado geneticamente vive apenas quatro dias, é preciso realizar solturas semanais para garantir a eficácia do método.

Uma vez solto na natureza, o "Aedes do Bem" vai copular com a fêmea selvagem, mas devido a sua genética alterada em laboratório, fará com que a fêmea procrie filhotes que não passarão do estágio de larvas.

Para se ter uma ideia dos gastos, o Campo Grande News tomou como base o município de São Gabriel do Oeste, que tem uma população de 28 mil habitantes e apresenta um índice de infestação em pelo 50% da cidade, segundo dados recentes do comitê de combate a dengue.

Como a tecnologia do mosquito transgênico é utilizada de forma localizada, apenas onde a infestação do mosquito é alta, no caso de São Gabriel, cerca de metade da cidade seria atendida, totalizando uma população de cerca de 14 mil habitantes, o que geraria um custo de R$ 35 mil mensais.

Valor semelhante também teria que ser aplicado, por exemplo, no Bairro Lageado, em Campo Grande, que conta com uma população de pelo menos 15 mil pessoas, segundo o último Censo do IBGE, de 2010.

O bairro apresenta uma das maiores infestações do Aedes, segundo o último LIRA (Levantamento Rápido do Aedes aegypti). Caso fosse adotada a tecnologia na região, os custos seriam de R$ 37,5 mil mensais, apenas nesse bairro.

Devido a alta incidência do mosquito, agentes de endemias e comunitários estão realizando novo mutirão no local. Quanto a São Gabriel Do Oeste, o mesmo fator levou a cidade a ser escolhida para integrar o cinco primeiros municípios que estão recebendo o projeto-piloto de enfrentamento da doença, que começou a ser implantado no início de janeiro.

Até o momento, os agentes já realizaram 3.679 visitas domiciliares no município e eliminaram 2,7 mil focos.

De acordo com Mauro Lucio Rosa, coordenador estadual de vetores, o custo da tecnologia será analisado, mas não deve ser um fator que influencie de forma negativa a decisão do Estado em adotar os mosquitos transgênicos. "O que importa é salvar vidas. Já investimos milhões no combate e toda ajuda é bem vinda mas precisamos detalhar melhor os impactos desse método para o meio ambiente e sua eficácia", diz.

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