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Cidades

Operação contra "máfia" apreendeu no Guarujá lancha ligada a piloto do PCC

Segundo advogado, embarcação é avaliada em quase R$ 1 milhão e já havia sido apreendida pela Polícia Civil de São Paulo

Aline dos Santos | 04/07/2018 11:27
Quadrilha tem sete helicópteros, sendo um usado na execução de líderes do PCC, e grande patrimônio. (Foto: Divulgação/PF)
Quadrilha tem sete helicópteros, sendo um usado na execução de líderes do PCC, e grande patrimônio. (Foto: Divulgação/PF)

Uma das frentes interestaduais da operação Laços de Família, da PF (Polícia Federal) de Mato Grosso do Sul, apreendeu no Guarujá, litoral de São Paulo, lancha avaliada em R$ 1 milhão, no dia 25 de junho. A suspeita é que o patrimônio seja ocultado em nome de laranja, além de ligação com o piloto Felipe Ramos Moraes, apontado como coordenador das rotas de tráfico aéreo da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Oficialmente, a lancha é do médico Alexandre Pedroso Ribeiro.

“A suspeita é que estivesse ocultando patrimônio de terceira pessoa, com envolvimento com organização criminosa. Mas temos o material probatório, a embarcação já foi declarada no Imposto de Renda e ele tem lastro financeiro para comprar a embarcação”, afirma o advogado Gabriel Vieira Rodrigues Ferreira.

Segundo o advogado, a mesma lancha já havia sido apreendida pela Polícia Civil de São Paulo, sendo surpreendido com a nova ordem judicial, agora de Mato Grosso do Sul. O advogado afirma que o médico conheceu Felipe na marina e ele atuou como um corretor na venda da embarcação, avaliada em quase R$ 1 milhão. “Felipe tinha livre acesso à marina e ao high society”, diz o advogado. A defesa solicitou o desbloqueio da embarcação.

Felipe é dono do helicóptero usado no assassinato de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, apontados como as principais lideranças soltas do PCC. Eles foram mortos no Ceará. A aeronave foi uma das sete apreendidas na operação Laços de Família.

Conforme superintendente da PF, organização criminosa levava toneladas de maconha do Paraguai para outros Estados. (Foto: Marina Pacheco)
Conforme superintendente da PF, organização criminosa levava toneladas de maconha do Paraguai para outros Estados. (Foto: Marina Pacheco)

Clã - Apontada como uma das principais fornecedoras de maconha para o PCC, a quadrilha desarticulada pela PF recebia valores milionários, joias e até veículos como pagamento pela mercadorias entregue a facção. Quem coordenava o esquema era o policial militar Silvio César Molina Azevedo, que foi preso. A atuação era semelhante à de máfia. 

Segundo o delegado Nilson Zoccarato, da Delegacia de Polícia Federal de Naviraí, foi a ostentação dos integrantes da família em Mundo Novo, uma cidade de 18 mil habitantes, que chamou a atenção.

Em três anos de investigações, os agentes conseguiram interceptar mais de 27 toneladas de maconha. De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Luciano Flores de Lima, a família “mantinham o terror” e usavam a região Conesul para retirar toneladas de maconha do Paraguai e enviar para outros Estados.

Autorizados pela 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, os mandados de busca e apreensão ajudam a dimensionar o tamanho do patrimônio do grupo: 136 ordens de sequestros de veículos, sete mandados para apreender aeronaves (helicópteros), cinco mandados de sequestro de embarcações de luxo e 25 mandados de sequestro de imóveis (apartamentos, casas, sítios, imóveis comerciais). As ordens judiciais foram cumpridas em MS, Paraná, São Paulo, Goiás e Rio Grande do Norte.

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