Pertinho do Enem, clima é de ansiedade e dedicação
A poucos dias do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que será realizado no próximo domingo, estudantes padecem com a ansiedade diante da prova que seleciona alunos para as universidades do país. Na reta final, eles intensificam ainda mais a rotina de estudos, que apesar de muito cansativa, é a única forma de superar tantos concorrentes.
Os testes despertam o nervosismo de alunos do ensino médio e também dos mais experientes, que já passaram pelo exame outras vezes. Em todo o Estado, 133.035 estudantes estão na ansiedade pela prova do Enem.
Entre livros e um copo de café, o qual diz ser seu grande companheiro, Nelson Carboni, 23 anos, é um deles. Ele conversou com a reportagem do Campo Grande News, em um diálogo rápido, para não atrapalhar os estudos, relatou a rotina severa que leva de domingo a domingo na esperança de ingressar no curso de medicina.
Sem descanso, sem diversão e sem finais de semana, desde 2010, Nelson garante que a máxima “aula dada, matéria estudada”, faz parte do seu planejamento diário. “Foco mais nos exercícios do que na teoria”.
Mesmo já tendo enfrentando outras provas, ele salienta que o frio na barriga sempre aparece. “É um momento decisivo”, ressalta.
A maior cobrança com o resultado, Nelson diz que vem dele mesmo, apesar da família também depositar expectativa na aprovação. “Sei que estudei bem, mas sempre bate uma insegurança”.
Até o ano passado Nelson tirava o fim de semana para descansar, mas hoje é diferente. “Agora estudo igual. De vez em quando no domingo, quando estou muito cansado, descanso, mas não saio”.
Munido de protetores no ouvido, a concentração é a prioridade do jovem. Ele conta que usa os tampões na biblioteca, onde estuda todas as tardes, e também em casa. "Moro só com meu pai, mas ele é muito barulhento", brinca.
Também sonhando com a medicina, Edilaine Rubint, 20 anos, já está no terceiro ano de cursinho e a rotina de estudos começa cedo, às 8 indo até as 21 horas. No domingo, diferente de Nelson, ela aproveita para descansar e confessa que, às vezes, no sábado à noite sai com os amigos.
“Agora que é véspera tenho que me concentrar um pouco mais”.
Vinda de escola pública, Edilaine acredita que o ensino foi precário . “Quando comecei a fazer cursinho percebi que sabia pouco, senti que o ensino foi bem fraco. Mas hoje já me sinto mais preparada”.
Focando nos exercícios, a estudante diz que o Enem é um momento importante e a ansiedade aumenta muito nessa última semana.
Para o professor de matemática Dejhayr Lopes Júnior, os alunos de cursinho trazem mais bagagem do que alunos do ensino médio, justamente por já terem feito outras provas, outros vestibulares. “Eles conseguem lidar melhor com a ansiedade e coma pressão que vem de todos os lados”.
Segundo Júnior, o estado emocional atrapalha o desempenho dos estudantes. “Têm alunos excelentes que não conseguem bons resultados nas provas por causa da ansiedade”.
Para a a avaliação do Enem, o professor diz que é essencial colocar no papel o embasamento teórico de tudo que se acumulou na escola, desde o ensino fundamental. “Por isso é importante se dedicar em cada etapa da escola, desde a formação básica. Para o vestibual é diferente. É preciso memorizar fórmulas e pratiacr exercícios”.
Há quatro meses de volta ao Brasil, Vinícius Santos Teixeira, 18 anos, estuda seis horas por dia, além do cursinho, mas sente que poderia ter se dedicado mais. Quando terminou o esnino médio, o estudante foi para Alemanha fazer intercâmbio, onde ficou um ano.
A intenção é cursar relações internacionais na UNB (Universidade de Brasília), curso que já havia escolhido antes da experiência no exterior.
"Antes do intercâmbio já queria fazer o curso, mas agora tenho mais certeza ainda".
Diferente dos outros entrevistados, Vinícius descansa no fim de semana. "Tento relaxar". Inseguro, ele sente a pressão que o cursinho passa, principalmente na reta final.