Policiais presos responderão a inquérito militar e correm risco de expulsão
A conduta dos policiais será avaliada pelo Conselho de Disciplina
Os policiais militares que foram presos na operação Alvorada Voraz, deflagrada ontem contra o contrabando de cigarro, vão responder a IPM (Inquérito Policial Militar) e a processo administrativo, que pode resultar em expulsão da corporação.
Sete policiais eram alvos da ação de combate ao contrabando, cujo esquema é liderado por Alcides Carlos Grejianin, o Polaco. Destes, três foram presos e um já estava detido no Presídio Militar de Campo Grande. Um quarto policial está foragido. Outros dois não tiveram a prisão decretada. Dos presos, um policial militar era lotado em Jardim e o outro em Ponta Porã.
Trazidos para Campo Grande, eles foram levados para a corregedoria e depois para o Presídio Militar. Caso configurado crime militar, vão responder a processo na Auditoria Militar. Na esfera administrativa, a conduta dos policiais será avaliada pelo Conselho de Disciplina. A eventual punição, que pode chegar à exoneração, será definida no prazo de 30 dias.
Os policiais são acusados de receber propinas – nos valores entre R$ 3 e R$ 6 mil – para liberar o contrabando. De acordo com o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), o esquema também envolvia um agente tributário estadual, que recebia R$ 6 mil. Lotado em Brasilândia, o agente está foragido.
Nas últimas três operações coordenadas pelo Ministério Público Estadual, 28 policiais militares foram presos por envolvimento com o contrabando de cigarros.
Voraz - Ao todo, foram expedidos 17 mandados de prisão, sendo quinze cumpridos. Os mandados valem por cinco dias, com possibilidade de prorrogação. A operação foi desencadeada nas cidades de Antonio João, Caracol, Jardim, Porto Murtinho, Campo Grande, Eldorado e Brasilândia, além de Brasília (DF) e Umuarama (PR).
Em Eldorado, foram presos Polaco e dois filhos. Polaco é dono de um patrimônio milionário. A justiça federal já sequestrou seis fazendas de propriedade do contrabandista, sendo uma avaliada em R$ 20 milhões. Ele responde a processos por contrabando de cigarro e lavagem de dinheiro. Em fevereiro deste ano, a justiça arrecadou R$ 7 milhões com leilão do gado apreendido.
Em agosto de 2007, Polaco chegou a ser preso quando foi apontado como um dos envolvidos na morte do auditor da Receita Federal, Carlos Renato Zamo.
Assassinado em outubro de 2006, o auditor foi encontrado carbonizado dentro de um veículo na MS-295, entre as cidades de Iguatemi e Eldorado.