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Cidades

Reunião com representante do CNJ é suspensa para conversa com índios

Aliny Mary Dias | 31/05/2013 18:30
Representante do CJN afirma que nenhuma decisão será tomada sem aval dos indígenas (Foto: João Garrigó)
Representante do CJN afirma que nenhuma decisão será tomada sem aval dos indígenas (Foto: João Garrigó)

A reunião realizada na tarde desta sexta-feira (31) entre o coordenador do Fórum Nacional de Assuntos Fundiários e representante do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Rodrigo Rigamonte, com autoridades de Mato Grosso do Sul foi suspensa e um novo encontro está marcado para a manhã de sábado com lideranças indígenas.

O encontro começou às 15h30 e após 1 hora de conversa as autoridades entraram em consenso de que nenhuma decisão poderia ser tomada sem a presença dos índios.

Uma comissão da etnia terena chegou ao Tribunal de Justiça no fim da tarde e conversou com o representante do CNJ. Emocionados, os indígenas cobraram do juiz uma ação rápida com relação às demarcações de terras em Mato Grosso do Sul.

“É triste saber que um guerreiro teve que morrer para que vocês viessem aqui. Temos um sentimento de revolta e dor nessa situação. As retomadas são legítimas e a lutamos pela posse das terras que são nossas”, disse Alberto Terena.

O representante do CNJ afirma que o objetivo da vinda ao Estado é que uma decisão concreta seja tomada e que a situação se normalize. “Nós viemos às pressas a pedido do ministro (Joaquim Barbosa) para aliviar a tensão. Agora vamos conversar e garantimos que nenhuma decisão que seja boa para os dois lados será tomada”, completou Rodrigo Ragamonte.

O presidente do Tribunal de Justiça do Estado, Joenildo de Souza Chaves, representantes da Procuradoria da República, da Funai (Fundação Nacional do Índio), da Secretaria dos Direitos Humanos, da Federação de Agricultura do Estado, da Acrissul, da Polícia Federal e da secretária de produção do Estado, Teresa Cristina Corrêa da Costa, também participaram das discussões. A comissão criada aqui terá até o dia 30 de julho para apresentar propostas para colocar fim ao conflito.

O encontro foi marcado depois que a ação de reintegração de posse da Fazenda Buriti em Sidrolândia terminou com o indígena Oziel Gabriel, de 35 anos, morto e outros indígenas feridos.

O Fórum foi reativado em abril deste ano após determinação do Ministro da Justiça, Joaquim Barbosa. Os 14 integrantes da Comissão sobre a questão indígena em Mato Grosso do Sul foram definidos em portaria publicada no dia 30 de abril.

Confrontos – A fazenda Buriti em Sidrolândia foi ocupada há 2 meses e a ação de reintegração de posse foi cumprida pela Polícia Federal na manhã de ontem (30). Houve confronto entre os indígenas e os policiais, um índio foi morto e outros ficaram feridos.

Três policiais federais e oito militares também se feriram durante o confronto, mas não houve gravidade nas lesões.

A segunda ocupação ocorreu na manhã deste sexta-feira na Fazenda Esperança em Aquidauana. Um grupo formado por indígenas de 7 aldeias do Estado invadiram a área e deu prazo de 24 horas para que o casal dono da propriedade saia da sede.

Nilton Carvalho da Silva Filho, de 59 anos, está na propriedade e disse ao Campo Grande News que apesar da pressão dos indígenas, não irá sair da área.

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